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Regulação do uso das IAs

Inteligência artificial precisa de desligamento forçado e veto a 'deepfake', diz autor

Daniel Salgado - Folhapress
03 mai 2024 às 16:31
- Hatice Baran/Pexels
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Daqui a um século, 2023 será lembrado como o ano em que a humanidade decidiu garantir a sua sobrevivência. Para Stuart Russell, professor e diretor do departamento de Ciência da Computação da Universidade de Berkeley, o motivo é claro: foi quando instituições como a ONU e governos de todo o mundo compreenderam a urgência do controle e regulação do desenvolvimento das inteligências artificiais.

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Em sua palestra na noite desta quinta-feira (2) no ciclo Fronteiras do Pensamento, o britânico argumentou que o catalisador dessa mudança foi a publicação de uma carta aberta em abril de 2023 que pedia uma pausa na pesquisa de modelos de IA mais poderosos.

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Assinado por empresários do Vale do Silício, líderes políticos e pesquisadores, incluindo o próprio Russell, o documento afirma que o futuro da espécie depende da criação de parâmetros internacionais de governança e regulação do uso das IAs.

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"As IAs têm um potencial enorme para auxiliar a humanidade e isso está criando um ímpeto irrefreável que, conduzido da maneira atual, vai fazer com não tenhamos mais o controle do nosso futuro", disse Russell, que também é autor do livro "Inteligência Artificial a Nosso Favor" e um dos pioneiros no estudo do tema.


Para Russell, mesmo que modelos como o ChatGPT-4, baseados em processamento de dados e deep learning, não apontem o caminho para a criação de uma Inteligência Geral Artificial (AGI na sigla em inglês), capaz de "exceder as capacidades humanas em qualquer direção", o surgimento das verdadeiras IAs é inevitável.

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A criação da AGI "é como um ímã para o futuro", que exerce uma atração irresistível para a humanidade com promessas de riquezas antes inimagináveis. Para Russell, uma IA desse tipo seria capaz de aumentar sozinha a qualidade de vida de todo o planeta e multiplicar o PIB mundial em dez vezes. Isso sem falar nas transformações no mercado de trabalho ou nos avanços científicos possibilitados por ela.


Por isso, não surpreende que empresas e governos invistam centenas de bilhões de dólares no desenvolvimento e aperfeiçoamento das IAs. O problema, para Russell, é que figuras como Sam Altman, CEO da OpenAI, digam que seu objetivo é primeiro chegar à AGI e "depois descobrir como torná-la segura".

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"Nós precisamos fazê-la segura por design antes que ela atinja níveis super-humanos", argumentou Russell. Para reforçar o alerta, o pesquisador ecoou Alan Turing, um dos criadores da computação moderna. Em palestra nos anos 1950, o cientista decretou que a criação de uma máquina de inteligência avançada levaria, inevitavelmente, à perda do controle pela humanidade.


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E é nesse cenário que as regulações estritas sobre o uso das IAs entram em jogo. Para Russell, o importante é mudar a maneira de pensar o problema. A ciência deve se perguntar não como criar uma AGI, mas como criá-la de uma maneira que seja útil e proveitosa para a humanidade.

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É essencial, argumentou o britânico, que uma série de medidas sejam adotadas o quanto antes: os governos e órgãos internacionais devem exigir que futuras IAs tenham um mecanismo de desligamento forçado, não possam personificar seres humanos e nem gerar "deepfakes".


"Os desenvolvedores precisam ficar com o ônus de provar a segurança para os reguladores. Se você quer vender um remédio, você primeiro precisa garantir isso aos reguladores. Precisamos do mesmo princípio para sistemas de IAs", disse Russell.

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Os efeitos da falta de regulação também já são conhecidos. Para o pesquisador, a proliferação dos algoritmos de recomendação das redes sociais mostra um cenário em que a tecnologia é desenvolvida sem transparência e tem objetivos incompatíveis com os interesses coletivos. Nesse caso, os algoritmos buscam maximizar o número de cliques ignorando a qualidade da informação ou do conteúdo disparado.


Em outras palavras, as IAs precisam ser criadas, desde o início, com o objetivo de oferecer respostas benéficas para os dilemas e necessidades da humanidade. Do contrário, corre-se o risco de acabar como "Midas, que queria que tudo que tocasse fosse ouro e, assim, transformou tudo à sua volta, inclusive a sua família", argumentou o britânico.

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Para exemplificar os perigos das IAs sem regulação, Russell citou o personagem Thanos, vilão da série de filmes dos "Vingadores", da Marvel.


Ao conquistar a onipotência através das Joias do Infinito, o antagonista estalou os dedos e matou metade da população do universo, sob a justificativa de que, com menos guerras por recursos e espaços, os remanescentes seriam mais felizes.


"Ele realmente acha que fez a coisa certa. Se sistemas de IA coletassem as Joias do Infinito, nós não queremos que elas cheguem às mesmas conclusões. Precisamos resolver esse problema ou fazê-las nunca terem esse problema".


Ao longo do ano, o ciclo Fronteiras do Pensamento terá palestras com nomes como Muriel Barbery, Yascha Mounk, Nouriel Roubini, Anna Lembke e Simon Montefiore.


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