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A exclusão ds jovens brasileiros no Japão

18 nov 2012 às 03:44
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Não é de hoje que notícias sobre os jovens filhos dos primeiros dekasseguis falam sobre as dificuldades de adaptação no país.
Seus pais vieram com a intenção apenas de trabalhar, juntar algumas economias e voltarem ao Brasil para dar continuidade à vida. O problema é que a segunda geração, muitos deles nascidos no Japão, não vêem as coisas dessa maneira, e eu me preocupo muito com isso, pois também tenho filho adolescente.
Eles se sentem integrados na sociedade nipônica, mas as coisas não são bem assim. A grande maioria, principalmente aqueles que vieram pequenos, esbarra nas dificuldades de comunicação por não dominarem completamente a língua escrita e falada, além de vários aspectos culturais.
O resultado disso é que vários desses jovens vivem em conflito por não dominarem com desenvoltura a língua portuguesa nem a japonesa vivendo à margem da sociedade produtiva. A grande maioria nunca freqüentou a escola japonesa, pois seus pais na esperança de ficarem apenas alguns anos, preferiram que estudassem nas dezenas de escolas brasileiras espalhadas pelo território. O tempo foi passando, as crianças crescendo e quando se deram conta perceberam seus filhos adolescentes mal preparados para viverem nos dois países.
Parece que essa falta de preparo acontece em vários países onde existem centenas de imigrantes brasileiros, mas no Japão é especialmente problemático por causa do idioma. Como agravante muitos desses adolescentes não se sentem completamente adaptados e vivem num limbo difícil até de entender. As vezes pensam em retornar ao Brasil e seguir nos estudos, outras vezes acham que as chances maiores de progresso está no Japão. A incerteza e o tempo passando tende a deixar ainda mais os jovens filhos de dekasseguis exclusos e marginalizados.
Leio que as autoridades brasileiras estão tentando ajudar esses jovens, mas para falar a verdade, não sei ao certo o que está sendo feito porque tudo fica limitado aos guetos onde vivem as colônias brasileiras. Os jovens estão sem identidade porque são brasileiros nos documentos e japoneses no pensamento. Não se sentem japoneses e o Brasil é uma realidade distante.
Enquanto isso, seus pais continuam dando duro nas fábricas sem se darem conta do prejuízo que estão sofrendo seus filhos. Será isso uma espécie de analfabetismo funcional?

Japão ou Brasil?

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