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A fórceps

25 mai 2015 às 01:37
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Filha de uma japonesa com pai afroamericano, Ariana Miyamoto, venceu o concurso Miss Japão este ano.
Deu volta ao mundo a notícia de que Ariana foi a primeira mestiça a vencer o Miss Japão, e isso é verdade. Num país onde a miscigenação está próximo do zero, vencer um concurso de beleza onde as todas as concorrentes possuem a pele clara e cabelos lisos, todas japonesas "legítimas", equivale mais que um título de Copa do Mundo.
A nova Miss Japão tem um objetivo bem definido. Irá aproveitar a evidência adquirida para lutar contra o racismo, o que não é pouca coisa por esses lados.
Ainda quando criança passou pelos primeiros apuros quando seus colegas de classe não queriam lhe dar as mãos ou quando saíam da piscina quando ela entrava. Pequena, racionalmente não entendia bem o que acontecia, mas instintivamente sentia um incômodo que não sabia bem como explicar.
Já adulta, viu um amigo cometer suicídio por não ser ‘limpo", e guardou essa lembrança até hoje. Nunca se conformou em ver alguém sendo mal tratado por causa de diferenças que não qualificam um ser humano.
Ariana não quer ser modelo (pasmem!) e nem usar a sua beleza para vender produtos. Ela quer chamar atenção para um coisa grave, que tira a alegria das crianças sem que elas saibam exatamente a razão. É apenas aquela sensação de desprezo, de impotência.
Mestiça, morena, cabelos cacheados, olhos grandes e redondos, irá representar o país no Miss Universo, mostrando um tipo de beleza que as japonesas da gema não possuem, e só a miscigenação permite. Miscigenação essa que não ainda não é bem compreendida, que nem leis possuem para coibir casos explicitos de racismo.
Enquanto pensamos por que racismo e nos preconceitos bestas que existem, aproveitamos para ver as candidatas do concurso porque ninguém é de ferro.

Miss Japão/2015

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