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A verdadeira opinão em relação ao Corinthians

16 dez 2012 às 22:17
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Nada irá apagar a vitória corinthiana porque o time jogou melhor, foi mais inteligente e obstinado. Os jogadores saíram valorizados e o goleiro Cássio deu um grande passo para ser titular da seleção do Felipão.
Falar alguma coisa do Japão neste momento é ter que falar do Corinthians com seu bando de loucos, como se autodefinem os próprios atletas. Falar de Corinthians é também falar da sua torcida, que invadiu Cumbica e depois Nagoya e Yokohama. No Brasil, a baderna no aeroporto foi praticamente ignorada. Aqui no Japão, uma baderna que nem chegou aos pés de Cumbica mostrou a cara do torcedor brasileiro.
Salientando que as diferenças culturais entre os dois países são enormes, o torcedor corinthiano fez feio perante a população japonesa. Barulhos até altas horas, falta de respeito às leis de trânsito, lixos no chão, falta de modos nos restaurantes e um fanatismo que não condiz com a importância do evento. Essas "qualidades" da torcida alvinegra passou a ser visto como a educação do povo brasileiro de uma maneira geral. Nós sabemos que não é bem assim, mas os japoneses tendem a generalizar e portanto, a imagem do torcedor brasileiro ficou um pouco arranhada.
Lógico que não sairá uma linha sequer sobre esse assunto na imprensa que cobriu o Mundial de Clubes da FIFA porque os japoneses são reservados, não falam na sua cara o que estão pensando. Eles procuram usar outros adjetivos para comentar uma baderna, uma falta de educação, um descontrole emocional.
Para os japoneses torcer se limita a aplaudir, gesticular em desespero quando a bola raspa a trave, gritar incentivando sua equipe. Vaias, gritos de provocações inexistem. Eles pensam assim: torcer é incentivar seu time e não provocar o adversário. Por isso, temos a impressão de os torcedores são calmos e pouco participativos.
Das centenas de japoneses com quem comentei sobre o Mundial nessas últimas semanas, nenhum deles entendia as razões dos corinthianos, que para eles são sinônimo de povo brasileiro, fazerem uma algazarra dessas. Eles me perguntavam as razões disso tudo por um jogo de futebol. Alguns me perguntavam quem é que pagaria pelos danos causados nos bens públicos, pelos flores esmagadas, pelos jardins arruinados.
Em Nagoya, o Hilton Hotel, onde os atletas ficaram hospedados, a polícia teve que fazer uma operação especial para conter os torcedores que invadiam suas dependências. Eles ficavam em cada esquina como numa operação de guerra. Os policiais empunhavam cacetetes elétricos e algemas, coisas raras por aqui. E isso tudo durante a semana quando a grande maioria trabalhava em seus ternos escuros, camisas brancas e gravata combinando.
No Brasil a torcida comemorará a merecida vitória, aqui no Japão eles comemorarão a volta a normalidade.
O Japão é um país realmente estranho.

Japão, um país estranho

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