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Coronavírus no Japão

30 mar 2020 às 03:13
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Quando tudo parecia sob controle, veio o anúncio de que em Tokyo o número de contágios pelo coronavírus aumentou drásticamente.
Estamos em plena primavera e as flores das cerejeira começam a brotar nos parques do país. Nessa época, uma imensa multidão comemora os "sakuras” saindo para passear e fazer um pic-nic embaixo dessas árvores, que dizem, trazem sorte.
Mas como estamos vivendo esse terror com o coronavírus, a população consciente ficou em casa para evitar aglomerações. Mas o problema é que nem todos entendem a gravidade do momento e teimam em sair correndo riscos desnecessários.
No final de semana a TV mostrou uma reportagem onde centenas de pessoas passeavam entre as cerejeiras ignorando o pedido das autoridades para evitarem aglomerações. Depois disso, alguns parques foram até fechados para obrigar o pessoal a ficar em casa.
Foram 369 casos de contaminação somente no final de semana (28 e 29 de março), o que causou muita apreensão nas autoridades médicas.
Campanhas começaram a pipocar novamente para alertar a população, como foi feito no início da pandemia. Até o momento são 1894 pessoas infectadas, com 56 mortes, incluindo as 10 pessoas que faleceram no navio cruzeiro vindo a China que ficou ancorado em Yokohama.
Por estado, Tokyo teve até o momento 362 contaminações, seguido de Osaka com 191, Sapporo com 171, Aichi com 164 e Hyogo com 126 pessoas infectadas.
Em Kyoto, onde moro, foram 40 pessoas contaminadas, sendo que as províncias de Tokushima, Kagawa, Kagoshima e Saga só tiveram uma pessoa infectada.
As aulas foram suspensas no início de março, o que deve ter protegido as crianças. Cerimônias de encerramento e de admissão dos estudantes foram canceladas, inclusive nas universidades. Não tivemos também os Jogos Estudantis, e isso causou muita tristeza em alguns alunos, já que muitos deles perderam a última chance de representar sua instituição, o que segundo a cultura daqui é muito importante.
Algumas indústrias estão trabalhando em horários reduzidos ou com mais folgas semanais, tudo porque faltam peças para a produção. O comércio funciona normalmente, assim como as instituições públicas, os bancos e o setor de serviços.
Teve um momento que alguns saíram correndo para estocar certos produtos, mas o que sumiu das prateleiras foram apenas as máscaras, o que agrava as condições de quem tem polinose, que este anos está mais fraco. Mesmo assim, a alergia aos pólens tem trazido problemas para os mais sensíveis como nariz entupido e olhos coçando.
As competições profissionais estão programadas para recomeçar no final de abril, mas nada é certeza. Tenho a impressão de que essa pandemia veio para ensinar algumas coisas e mudar nossos conceitos sobre a vida.

Governadora de Tokyo

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