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Doeu, mas voltei

08 mar 2020 às 07:14
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Curei dos machucados e voltei a escrever. Foram meses de dores e imobilidade parcial do dos pés e mãos. Um tombo feio com três fraturas na perna esquerda, joelhos, cotovelos e dedos ralados.
Nesse tempo ausente, muita coisa aconteceu. Tentarei fazer um breve resumo do que lembro desse periódo.
A primeira que lembro é sobre o aumento no imposto sobre o consumo de 8% para 10%, o que causou uma retração imediata no consumo de tudo. Aqui no Japão, não interessa o que você compre, o imposto é recolhido junto com o produto. Se comeu um lanche, paga o imposto. Se comprou um carro, paga também, e assim por diante.
Outra coisa que ficou marcado foi o início de uma nova era. A troca do imperador é que determinou esse início, que foi chamado de Reiwa, que pode ser traduzido como a chamada para a boa sorte, paz e harmonia. Esse período continuará até que o imperador atual passe o trono para outro. O perído anterior chamado de Heisei durou 30 anos.
Marcou presença também várias notícias sobre a violência contra crianças e mulheres. Esse aumento pode vir a reboque de uma mudança na postura da imprensa e dos delatores. Até pouco tempo eram raros as notícias sobre esse tema, parecendo até que não existiam. De repente, uma enxurrada de matérias sobre a violência contra crianças, e muitos pais indo para a cadeia. Já nos caso das mulheres, o grande vilão continuam sendo os homens doentes que acham que algumas mulhere lhes pertencem, e que o seu amor por elas não for correspondido, a morte ou o sofrimento é a solução. Aqui também existem muitos doidos enrustidos de gravata e paletó, formados e com bons empregos.
Depois vieram assuntos ligados aos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de Tóquio. A principal delas foi a mudança de local da maratona, que é uma espécie de modalidade nobre. Apesar dos jogos serem em Tóquio, a maratona será em Sapporo, no extremo norte do país. A razão para a mudança é o calor que faz na época dos jogos, e para preservar a integridade física dos atletas. Tudo muito louvável mas que poderia ter sido resolvido antes, afinal todos sabiam que no verão é calor. O problema é que toda infraestrutura para a maratona já estava pronta, inclusive aqueles chuveirinhos para refrescar os atletas durante a competição. O trajeto também já estava pronto, testado e documentado. Teve também a fuga do presidente da Renaut-Nissan, o brasileiro Carlos Ghosn, que conseguiu driblar a polícia japonesa, indo de Shinkansen até Osaka, e partindo de avião rumo ao Líbano, onde está até hoje. Tenho a impressão de que foi a maior derrota da polícia nesses anos todos que estou aqui.
Agora veio o vírus que paralisou parciamente o país. Neste momento os jogos da liga profissional de futebol estão paralisadas. O beisebol e o sumô estão sendo jogados com os portões fechados. A final do vôlei e do basquete profissional masculino e feminino foram sem público. Praças, parques e castelos estão vazios, sem turistas de nenhum país. As escolas estão sem aulas, e várias formaturas foram canceladas deixando os alunos com o gosto amargo de desamparo. As solenidades que recebem os novos alunos também foram cancelados, e agora resta torcer para que encontrem uma vacina para esse mal, e que as flores das cerejeiras esperem por tudo isso antes de caírem.

A posse do novo imperador

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