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Meu filho vai para Okinawa

19 jul 2015 às 08:02
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O verão chegou e este ano parece que as temperaturas serão altas.
Okinawa fica no extremo sul do Japão e possui as mais belas praias do país, além de abrigar a maior base militar americana, gerando inúmeros conflitos com parte da população, que se sente "sufocado" com tantos soldados. Sem dizer que muito do imposto arrecadado deve ir para manter a base militar, que já dura meio século.
Okinawa culturalmente falando, é muito diferente dos outros estados japoneses, e por essa razão seu pessoal ainda sofre um pouco de discriminação no restante do país (aqui tudo precisa ser igual). Não é aquela discriminação como entre pobres e ricos, brancos e negros ou hetero e homossexuais. Os okinawaenses (acho que é assim que chamam quem nasceu lá) não são tão rígidos na hierarquia, a arquitetura das cidades é diferente, a maioria dispensa gravata e paletó, e até mandioca, chuchu e cana de açúcar crescem por lá.
No mês passado houve uma cerimônia para lembrar o fim da batalha de Okinawa, que completou 70 anos. O primeiro ministro Shinzo Abe e Caroline Kennedy, embaixadora dos Estados Unidos no Japão, participaram de uma solenidade em memória dos mortos no combate.
Enfim, é uma parte do Japão bem especial. Dessa ilha, muitos imigraram para o Brasil, formando uma grande colônia, principalmente na região leste da cidade de São Paulo, onde até hoje residem muitos dos seus descendentes. Eles possuem a pele mais morena e seus olhos não são tão puxados (generalizando, é claro).
Meu filho pegará um navio e desembarcará em Okinawa. Diz que é mais barato, e acho que para um jovem os preços das coisas contam muito. Ainda bem.
Será a primeira vez que ele irá tão longe sozinho, quer dizer, sem nós. A preocupação existe, mas preciso começar a me acostumar em vê-lo sair para o mundo porque esse será, fatalmente, o seu caminho. Ele sempre se interessou em saber como são as coisas em outros lugares, sempre sonhou viajar para conhecer novas culturas, e nunca disse que viveria toda sua vida aqui.
Acho que essa viagem será o início de uma nova jornada que está sendo preparada para ele. Morar no Brasil, quem sabe um dia. Afinal, desde muito pequeno, sempre ouvia dizer que esse seria o país do futuro, e como disse um ex-presidente francês: "O Brasil é último país alegre do mundo". Ouvi crescendo também que a terra é abençoada, pois tudo o que se planta nasce, que não há terremoto e neve, e que a miscigenação é única.
Depois de tanto ver e ouvir, não acreditei nisso e fui embora. Quem sabe, através do meu filho, lá no futuro, eu não faça a viagem de volta?
Sonhos.. é isso que precisamos ter.

Festa em Okinawa

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