A partir de julho de 1975, quando a geada negra devastou os cafezais do Norte paranaense, os municípios da região que tinham a sua economia sustentada na produção do grão foram obrigados a buscar outra vocação econômica.
Em muitas cidades, o “ouro verde” cedeu lugar ao plantio de novas culturas, como trigo, soja e milho, mas houve municípios que investiram na indústria para formar a sua nova base socioeconômica.
Foi assim que Arapongas, na Região Metropolitana de Londrina, fortaleceu a sua indústria moveleira e conquistou relevância nacional no setor.
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A importância do município na fabricação de móveis acaba de ser reconhecida com a sua oficialização como Capital Moveleira Nacional, título concedido pelo governo federal no último dia 23 de novembro, a partir da publicação da Lei 14.728/2023, resultado de projeto de lei que tramitou no Congresso Nacional.
Com 119 mil habitantes, Arapongas tem na indústria de móveis sua principal força econômica. De acordo com o Sima (Sindicato das Indústrias de Móveis de Arapongas), o polo engloba 42 municípios da região e representa 10% de toda a produção nacional de móveis.
No total, são 1.009 empresas na região, sendo que só Arapongas abriga 37%, totalizando 376 plantas industriais. Toda a cadeia emprega 19,5 mil pessoas nos 42 municípios, sendo 64,6% dessas vagas somente em Arapongas, totalizando 12,6 mil postos de trabalho no município.
"Esse título de Capital Moveleira Nacional era uma aspiração antiga nossa que valoriza não só o nosso volume de produção, mas também a qualidade dos nossos móveis, que são produzidos com preocupação ecológica", destacou o presidente do Sima, José Lopes Aquino.
O polo moveleiro de Arapongas representa 12% do volume total exportado pelo Brasil, segundo o sindicato. O destino varia de 40 a 60 países, dependendo do momento do ano. América Latina, Estados Unidos, Europa, Ásia, Oriente Médio e África são os destinos da produção moveleira araponguense.
"Com esse título teremos mais credibilidade e visibilidade para buscarmos novos clientes no exterior", avaliou Aquino.
LEIS FEDERAIS
Desde 2006, a oficialização de municípios brasileiros como “capitais nacionais” de algum produto, atividade econômica ou evento histórico, cultural e esportivo é feita por meio de leis federais.
A primeira delas foi Passo Fundo (RS), declarada Capital Nacional da Literatura. A cidade sedia, desde 1981, a Jornada Nacional de Literatura.
Depois do município gaúcho, dezenas de cidades brasileiras já conquistaram um título dessa natureza e outras dezenas estão na fila, com projetos de lei em tramitação no Congresso Nacional, à espera da oficialização.
O desejo pelo reconhecimento se fundamenta não apenas no fato de a concessão do título ser um motivo de orgulho para os municípios, reforçando a identidade de suas populações, mas também por se tornar um atrativo turístico e econômico.
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