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Problema ambiental

Desmatamento na Amazônia cresce 33% entre 2019 e 2020

Phillippe Watanabe - Folhapress
07 ago 2020 às 10:30
- Arquivo/Agência Brasil
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Sob o governo Jair Bolsonaro (sem partido), o desmatamento na Amazônia, entre agosto de 2019 e julho de 2020, cresceu cerca de 33%, em comparação ao mesmo período anterior, mostram dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), disponibilizados na manhã desta sexta (7).


O valor registrado no ano anterior (agosto de 2018 até julho de 2019) já havia sido superado no início de junho.

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Nesta sexta, foram divulgados pelo Inpe os dados de destruição de julho (com exceção do último dia do mês). Houve uma queda de cerca de 30% em relação a julho de 2019 -que teve o maior desmate já registrado em qualquer mês da série histórica recente do Inpe, com mais de 2 mil km² destruídos.

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Mesmo com redução, os dados de julho apresentam uma elevada destruição no bioma, mais de 1.500 km² devastados em 30 dias.

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Com os dados de julho, é possível fazer o primeiro recorte anual de um período com gestão exclusiva do governo Bolsonaro, considerando que o dado do ano anterior, em parte, dizia respeito ao fim do governo Michel Temer (MDB).


O crescimento ininterrupto da destruição, que teve início já nos primeiros meses do governo Bolsonaro e da gestão de Ricardo Salles no ministério do Meio Ambiente, não teve recuo mesmo com a propagandeada presença do Exército na Amazônia.

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As informações são provenientes do Deter, programa do Inpe de monitoramento da floresta em tempo real. O Deter foi desenvolvido para auxiliar no combate ao desmate, mas com suas informações é possível perceber tendências de crescimento ou diminuição da destruição dos biomas.


No caso da Amazônia, a tendência clara é de crescimento constante do desmate. Em junho, o bioma completou 14 meses seguidos de aumento de destruição, sempre em relação aos mesmos meses do ano anterior.

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No fim do ano, o valor oficial de desmatamento -proveniente do Prodes, também do Inpe e, novamente, referente ao período de agosto de um ano a julho do ano seguinte- é divulgado. Costumeiramente, por ter uma resolução maior (o desmate é observado a partir de imagens de satélite que verificam mudanças na vegetação), os números do Prodes são maiores do que os observados no Deter.


Isso significa que o número em questão ainda é inferior ao desmatamento que realmente aconteceu no período, que deve ficar consideravelmente acima dos 10 mil km² de floresta destruída registrados no ano passado.

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Os dados de julho do Deter já haviam sido adiantados em postagem do vice-presidente e chefe do Conselho Amazônia, Hamilton Mourão, que, na quarta (5), em publicação nas redes sociais, atravessou o rito do Inpe de divulgação de informações.


O instituto publica, semanalmente, sem adiantar informações por outras fontes, os dados de desmate em seu portal.

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O Brasil tem sofrido forte pressão internacional, inclusive com ameaças e concretizações de fuga de investimentos, para demonstrar comprometimento em relação à destruição da natureza.


O governo Bolsonaro, contudo, até o momento, permanece sem apresentar ações concretas que ajudem na diminuição da destruição da Amazônia. Ao mesmo tempo, o presidente e membros do seu governo insistem no discurso de que estrangeiros já destruíram suas florestas para se desenvolver e que o Brasil permanece sendo um exemplo ambiental -mesmo com o acentuado aumento da destruição amazônica.

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Nesse contexto, o ministro Salles costuma reivindicar dinheiro internacional para ajudar na preservação. Ações de Salles e de Bolsonaro, contudo, levaram à paralisação do bilionário Fundo Amazônia, que, a partir de doações da Noruega e da Alemanha, irrigava financeiramente projetos de proteção à floresta, auxiliando em medidas de combate a incêndios e regularização fundiária (assunto constantemente levantado por Salles e membros do governo atual).


Uma das ações do governo destinadas ao combate ao desmate (e à tentativa de controle de danos da imagem) são ações da GLO (Garantia da Lei e da Orgem), que levou os militares para a Amazônia. Isso ocorreu pela primeira vez ainda em agosto 2019, quando as queimadas explodiram n agosto. A presença do Exército pode ter ajudado a controlar as queimadas em outubro, mas os níveis de desmatamento em todo o segundo semestre do último ano superaram os do ano anterior.


A segunda onda dos militares na Amazônia, também pela GLO, começou em maio deste ano, com a operação Verde Brasil 2.


Mourão, em sua postagem que atravessou o Inpe, afirmou que os dados de julho, menores do que as gritantes taxas de desmate do mesmo mês em 2019, apontavam que a operação Verde Brasil 2 estava tendo resultado.


A realidade, contudo, é outra. Os militares estão em ação na Amazônia desde maio. Nesse período, tanto desmatamento quanto queimadas (ações intimamente relacionadas) não recuaram e bateram recordes.

Em maio e junho, a destruição da Amazônia foi a maior já registrada para esses meses na série histórica recente do Deter. Quanto a queimadas - que impactaram fortemente a imagem internacional brasileira em 2019 -, junho teve o maior registro desde 2007 e julho também apresentou crescimento em relação ao ano passado.


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