A fuga de 36 dos 118 presos diagnosticados com a Covid-19 da Cadeia Pública de Cambará (Norte Pioneiro), no início da manhã desta terça-feira (22), voltou a expor um grande desafio imposto ao sistema penal paranaense pela pandemia do coronavírus: o de evitar surtos da doença no lado de dentro das carceragens, a maioria delas superlotadas. A FOLHA apurou que até o final da tarde desta terça, a Polícia Militar havia recapturado seis fugitivos e o túnel cavado pelos internos foi fechado ainda durante o dia, informou o Depen (Departamento Penitenciário). Além deles, dois servidores da unidade também foram diagnosticados com o vírus.
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Com espaços que operam na maioria das vezes acima da capacidade e que não possuem a circulação de ar adequada, o clima de apreensão entre os policiais penais volta a lembrar a população paranaense de que muitas carceragens do estado são como bombas-relógio. "Toca o telefone e eu penso ‘onde foi desta vez?'”, comentou o coordenador regional do Depen (Departamento Penitenciário), Reginaldo Peixoto.
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Em junho, 122 presos dentre 178 que estavam na cadeia de Toledo (Oeste), haviam sido diagnosticados. Eles ocupavam um local com capacidade para 40 presos. Já em agosto, a Secretaria de Saúde de Londrina e o Depen identificaram um surto no Creslon (Centro de Reintegração Social de Londrina), local destinado aos detentos que obtiveram o direito de cumprir suas penas no regime semiaberto. Foram 114 diagnosticados com a Covid-19 na primeira testagem e outros 12 em um segundo momento, afirmou o coordenador.