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Pelo meio ambiente

Londrinense vai a Brasília e ouve dois 'não' de Bolsonaro

Ricardo Della Coletta - Folhapress
23 abr 2020 às 13:29
- CML/Imprensa/Devanir Parra
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Publicitário e ativista ambiental, Rafael Kozan saiu de Londrina na madrugada de segunda-feira (20) para percorrer os mais de 1,1 mil km que separam a cidade paranaense e Brasília. Seu objetivo era pedir ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) um vídeo de apoio a seu projeto de plantio de árvores no município.


Ao assistir as tradicionais lives matinais em frente ao Palácio da Alvorada, quando Bolsonaro para e conversa com seus apoiadores e muitas vezes ouve demandas, Kozan pensou que a popularidade do mandatário poderia ser um impulsor para sua campanha ambiental.

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De acordo com o publicitário, através de doações, ele faz o plantio de árvores e a recomposição florestal em áreas rurais de Londrina. Até o momento, diz, foram plantadas entre 400 e 600 árvores.

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Na cidade paranaense, nas eleições de 2018, Bolsonaro recebeu 65% dos votos no primeiro turno e mais de 80% no segundo.

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"Eu vinha pensando, como tem essa popularidade, o pessoal idolatra ele... Eu não sou bolsonarista nem Lula, sou neutro nessa questão. Mas a bola da vez é ele [Bolsonaro]. Imagina se o Bolsonaro fizesse um vídeo falando 'vamos plantar árvore'? Muita gente vai seguir ele. E eu ficava pensando nisso, vou ou não vou?", diz Kozan. "Qual era a garantia? Nenhuma".


Depois de três dias em Brasília, o publicitário inicia nesta quinta seu retorno a Londrina sem o vídeo de Bolsonaro. Acompanhado de dois colaboradores do projeto, ele conta ter investido cerca de R$ 2.000 entre combustível, hospedagem e alimentação.

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E não foi por falta de tentativa que Kozan volta de mãos vazias. Na quarta (22), ele foi ao Alvorada e fez pela primeira vez o pedido, mas foi logo interrompido pelo presidente.


"Sou de Londrina, estamos fazendo a Maratona Verde. Plantando mais de 40 mil árvores em Londrina. Queria pedir que o sr fizesse um vídeo para convidar as pessoas de Londrina", disse Kozan a Bolsonaro.

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"Quando eu convido, estou presente. Não tem como", cortou o presidente.


Apesar da primeira negativa, o publicitário retornou nesta quinta (23) ao Alvorada. Embora com uma resposta menos ríspida, Bolsonaro novamente não atendeu o pleito.

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"Manda um recadinho lá para Londrina, para incentivar as pessoas a plantarem uma árvore na Maratona Verde. O senhor vai fazer muita força para Londrina", tentou novamente Kozan. "Tudo bem", rebateu Bolsonaro, que em seguida entrou no carro.


O publicitário afirma que ficou chateado principalmente com a resposta de Bolsonaro na quarta, que considerou "grosseira".

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"Ontem eu fiquei bem chateado, porque a gente, quando se prostra perante o presidente, não esperava a atitude dele, grosseira. Eu acho que ele deveria dar mais atenção e ver com outros olhos. Eu sei que ele não tem tempo de ficar batendo papo comigo", diz.


Kozan opina ainda que o "astral" do mandatário estava melhor no dia seguinte, mas lamenta não ter conseguido registrar o vídeo.

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O publicitário diz que, mesmo assim, não se arrepende da maratona a Brasília, que entre ida e volta somará mais de mais de 2.000 km. Afirma que gostou de estar cara a cara com o presidente e de conhecer Brasília. "Não me arrependo. Ele é um ícone, o presidente da República. Nunca tive uma experiência como essa. Decepção? Eu diria que 30%."


Em meio à crise do coronavírus, Bolsonaro tem dado demonstrações de impaciência com seus apoiadores. As respostas ríspidas, antes reservadas apenas aos jornalistas, agora são dadas também a pessoas que integram a claque que costuma ir à portaria do Palácio da Alvorada.


Também na quarta, um senhor começou a falar pedindo que Bolsonaro desse atenção aos lotéricos do país. Bolsonaro logo interveio.


"O senhor não está acompanhando os lotéricos, então. Com todo respeito. Nós convidamos vocês, demos uma cesta de vantagens sem vocês pedirem nada. O pessoal, 98% ficou satisfeito. Fecharam as lotéricas. Fiz um decreto, abri 3.000 loterias fechadas. Então, não sei mais o que o senhor quer", disse o presidente.


Na segunda (20), ao tentar minimizar as críticas que vinha recebendo pela participação em um ato pró-golpe militar, Bolsonaro deu um pito em um apoiador que pedia o fechamento do STF (Supremo Tribunal Federal).


"Esquece esta conversa de fechar. Aqui não tem que fechar nada, dá licença aí. Aqui é democracia. Aqui é respeito à Constituição brasileira. E aqui é a minha casa e a tua casa, então peço que, por favor, não se fale isso aqui", afirmou.

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