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Famílias negam Covid-19 em causa da morte de parente

Etel Frota - Folhapress
12 jun 2020 às 08:57
- Gilson Abreu/AEN
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Nas últimas semanas, familiares de pessoas que podem ter morrido de Covid-19 vêm contestando o diagnóstico. As narrativas apontam para cenário de inconsistência nos protocolos, desinformação, medo, disputas políticas locais e discriminação social.

Em 13 de maio, Guarapuava (PR) informou que, atendendo à Secretaria de Saúde do Estado do Paraná e com base em resultado negativo de teste PCR, procedia à exclusão do óbito de Francisco Marcondes Ramos, 68, do boletim de mortes por Covid-19.

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Francisco falecera em 21 de abril. Durante a internação, dois testes rápidos deram positivos para o novo coronavírus. Entrou na estatística como o primeiro óbito no município.

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Na data do funeral, uma das filhas publicou no Facebook que "o velório foi normal". "Não estamos em isolamento. Não temos nenhuma orientação."

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Seguiu-se na rede social uma discussão acalorada, com críticas à imprensa e comentários como "agora é tudo coronavírus", "politicagem e muito dinheiro por trás de tudo".


Dois dias depois, o secretário de Saúde do município corroborou a inclusão do óbito como Covid, "encerrando a polêmica", que, no entanto, perdurou ainda três semanas até o desmentido estadual.

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Eli Cristine Ramos, 24, filha do aposentado, disse que, após o post, a família recebeu orientação e ficou em isolamento. Todos testaram negativo.


Os testes PCR são mais eficazes se as amostras forem colhidas até o 5º dia do início dos sintomas, caindo para 40% de precisão após esse prazo. Na prática, um teste PCR positivo é definitivo. E o negativo não afasta o diagnóstico.

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Foi com base em exame negativo, recebido pouco depois do sepultamento, que a família de Claudionam Nascimento conseguiu, no Pará, autorização para a exumação do corpo e para fazer um velório.


Advogado recém-chegado de Manaus (AM) a Juruti (PA), Claudionam foi internado com sintomas sugestivos de Covid-19. Transferido para Santarém (PA), faleceu em 1º de abril. O funeral, no cemitério de Juruti, foi feito com a família a distância e o corpo em uma caixa de zinco lacrada. O segundo enterro ocorreu menos de 24 horas após o primeiro.

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No Acre, Francisca Gomes, 73, foi internada com sintomas respiratórios no hospital de Feijó, onde morava. O teste rápido deu negativo. Com a piora, foi levada para Cruzeiro do Sul, polo regional a 278 km, onde faleceu em 21 de maio. Impedida de transladar o corpo para Feijó, a neta, com o resultado negativo do teste, contestou o hospital por enviar o caixão para enterro imediato.


O diretor clínico do hospital onde Francisca morreu esclareceu que há protocolo do município com o Ministério da Saúde que determina que não haverá translado de corpos no caso de óbitos pela pandemia. Disse que o quadro da paciente era sugestivo da Covid-19.

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As diretrizes da Anvisa afirmam que testes rápidos (IgM/IgG), de sangue ou plasma, não têm valor diagnóstico (confirmação ou descarte). "Diversos fatores influenciam os testes, tais como a sensibilidade/ especificidade e a condição do paciente (resposta imunológica)", diz a norma.


Geizimara da Silva Gomes, 21, faleceu em 9 de abril, em Campo Mourão (PR). Tinha asma. Dias depois, diz a família, o resultado deu negativo.
A causa da morte é critério e responsabilidade do médico.

Entre óbitos, feridos e enlutados, emoldurada por inconsistências e incertezas de toda ordem, a Covid-19 segue no Brasil sua trágica marcha.


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