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Em Porto Alegre

Juntos há 65 anos, casal morre de mãos dadas com poucos minutos de diferença

Redação Bonde
07 out 2014 às 09:21
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Eles se conheceram em um "bailinho de interior" e logo receberam a bênção do padre em uma igreja de Três Passos, no Rio Grande do Sul. Durante 65 anos caminharam firmes na promessa de se amarem e se respeitarem na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, até que a morte os separasse. Mas, na última sexta-feira (3), nem mesmo a morte conseguiu separá-los por muito tempo. Doentes, Italvino e Diva se despediram da vida com apenas alguns minutos de diferença, de mãos dadas, no mesmo quarto de hospital em Porto Alegre.

Aos 89 anos, o aposentado Italvino Possa lutava desde o ano passado contra uma leucemia. Em abril deste ano, a dona de casa Diva, 80 anos, descobriu um tumor na bexiga e desde então estava internada no Hospital São Lucas, em Porto Alegre, onde também, de tempos em tempos, o esposo era submetido a transfusões de sangue. Mesmo debilitado, ele ainda tinha esperanças de que ela voltasse para casa, onde costumavam reunir família e amigos.

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Italvino sempre procurou esconder da companheira a gravidade do seu estado de saúde. Não queria preocupá-la. Apesar de seus cuidados, na quarta-feira passada o estado de saúde de dona Diva piorou e ela pediu para reunir toda a família. Queria de despedir do marido, dos 10 filhos, 14 netos, 6 bisnetos.

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Segundo Veramar Possa, uma das filhas do casal, seu Italvino chorou durante o encontro, suplicando para que a mulher não o deixasse. Ele ainda pediu perdão por qualquer erro que tivesse cometido.

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Mesmo contrariado, Italvino foi para casa. Na madrugada de quinta passou mal depois de sofrer uma hemorragia. Enquanto isso, no hospital, os órgãos de dona Diva paravam de funcionar. Como se soubesse que o fim se aproximava, seu Italvino - para surpresa de todos - pediu para ser internado. Logo ele, que vivia se esquivando dos médicos.


Para o nefrologista Fernando Tettamanzy, que acompanhava o tratamento do aposentado, ele quis acompanhar os últimos momentos da companheira.

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No hospital, o casal foi colocado no mesmo quarto, em camas bem próximas. Num impulso quase automático os dois deram as mãos. Segundo informações do jornal Zero Hora, seu Italvino morreu pouco tempo depois de ser colocado ao lado da mulher. Dona Diva não demorou a acompanhá-lo: partiu 45 minutos depois.


"Ele era tão educado que, até na hora da morte, abriu a porta para ela", descreveu Tettamanzy ao Zero Hora, definindo o casal como um exemplo de cumplicidade, doçura e retidão.

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Fatores psicológicos


Esse sentimento genuíno que manteve seu Italvino e dona Diva unidos até mesmo na hora de partir, é comum entre idosos que viveram juntos por muitos anos. É mais por uma questão emocional do que qualquer outra explicação, segundo a presidente da Sociedade de Geriatria e Gerontologia do Paraná, Débora Christina de Alcântara Lopes. "A gente sabe que a parte emocional está relacionada com a saúde, principalmente se quando a pessoa perde alguém muito próximo, começa a restringir certas atividades que fazia antes", explica.


"Com isso, mudam os fatores imunológicos, a perda de massa muscular começa a aparecer, os remédios já não são tomados com rigor, enfim, a pessoa vai se deteriorando e acaba, infelizmente, morrendo também", acrescenta.

Outro fator de risco apontado pela especialista são os problemas cardíacos. Segundo ela, a notícia de algo que mexa muito com o emocional, como uma doença ou a perda de um ente querido, pode ocasionar um infarto. (Com informações do Zero Hora e G1)


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