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Economia

Compra de fitoterápicos exige cuidados

Gisele Mendonça
31 dez 1969 às 21:33
O médico Rui Cépil Diniz, alerta que tratamento com plantas medicinais tem eficácia comprovada mas uso incorreto pode prejudicar a saúde - Celso Pacheco
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Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 80% da população no Brasil faz uso da fitoterapia, tratamento ou prevenção de doenças por meio de plantas. Os produtos são vendidos em farmácias e lojas especializadas nas formas de extrato, cápsula, xarope, pomada, creme, enxaguatório bucal, entre outros. Na maioria dos casos não é exigida receita médica. O médico Rui Cépil Diniz, especialista em fitomedicina, alerta que este tipo de tratamento tem eficácia comprovada em diversos casos, mas usado de forma incorreta pode causar problemas à saúde.

Doses excessivas, tratamento prolongado e diagnóstico equivocado estão entre os principais riscos. Segundo o médico, com exceção do extrato manipulado em farmácia, o restante dos produtos é vendido livremente. Nestes casos, Diniz observa que os funcionários e proprietários das lojas não devem fazer indicações. Ele recomenda que os consumidores pesquisem sobre as plantas e seus efeitos antes de comprar algum produto.

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''Essa pesquisa deve ser feita em livros e sites de instituições de pesquisa, como universidades, e nunca em publicações comerciais, pois são tendenciosas'', destaca Diniz. Outra dica é sempre chegar ao estabelecimento com o nome científico da planta, já que há muita variação entre os nomes populares.

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Segundo o médico, o consumidor precisa saber que a fitoterapia é indicada para doenças consideradas simples. ''Em casos graves, como Aids, câncer, a fitorerapia pode apenas complementar o tratamento (alopata)'', esclarece. É importante, segundo ele, que a pessoa seja consultada por um médico para obter o diagnóstico da doença antes de comprar qualquer produto para tomar.

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Diniz cita como exemplo o hábito de recorrer à planta espinheira-santa para curar gastrite, sem diagnóstico médico. ''Se a pessoa tiver um câncer de estômago, cujos sintomas são parecido com gastrite, pode atrasar o diagnóstico'', observa.


Os usuários da fitoterapia, segundo o médico, devem escolher um estabelecimento ''idôneo'' e sempre observar o rótulo dos produtos. É preciso saber se eles trazem registro da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) ou do Ministério da Agricultura (em muitos casos, os rótulos podem trazer também a inscrição ''isento de registro''). A variação acontece, conforme Diniz, porque esses produtos não entram como remédio, mas como suplemento alimentar.

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Ainda no rótulo, o consumidor vai encontrar as precauções e a dosagem. ''Embora não sejam considerados medicamentos e não exijam receita, os fitoterápicos podem ter efeito colateral'', alerta o médico. Ele observa, por exemplo, que os chás são contra-indicados para as gestantes pelos riscos de aborto, malformação do feto, entre outros.


Diniz reforça que os produtos manipulados por farmácia fazem parte de uma outra linha da fitoterapia e exigem prescrição médica. Esses estabelecimentos vendem os produtos na forma de extrato, que tem padronização de princípio ativo. ''É muito mais seguro. Os efeitos são mais previsíveis'', diz.

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Como escolher os chás


As plantas medicinais desidratadas, usadas para fazer chá, exigem muito cuidado por parte do consumidor. O médico Rui Diniz esclarece que, vendidas desta forma, as plantas não são classificadas como produtos fitoterápicos. Mas são indicadas para diversos tratamentos de saúde e podem ser melhor aproveitadas quando há prescrição médica. Veja as recomendações do médico:

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- Comprando o chá


- Além de escolher uma loja idônea, observe o aspecto da erva (ver se não tem mofo) e como ela está acondicionada.

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- Evite os chamados raizeiros, onde geralmente não há um cuidado com o produto.


- Fique com os locais em que as plantas estejam em recipientes, de preferência de vidro, e tampados.

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- Observe se não há manipulação direta com as mãos.


- Preparando o chá
- Para se conseguir ''tirar o remédio da planta'' de forma adequada, o preparo do chá deve seguir algumas regras.


- Tudo que é ''delicado'' (pó, flor, folha) deve ser feito através de infusão (5 a 10 minutos). Porém, nunca em água quente, mas morna. Para ervas nas formas mais ''grosseiras'' (sementes grandes, cascas, raízes) a recomendação é a fervura (até 5 minutos). Nos dois casos, os recipientes de alumínio devem ser evitados.


- A regra básica é misturar uma colher (sopa) de erva para cada xícara (150 ml) de água.


- Nunca misture mais de quatro plantas no mesmo chá.


- O uso de fitoterápicos em gestantes deve ser sempre criterioso.


Programa difunde o uso das plantas medicinais


Criado em 2003, o Programa Municipal de Fitoterapia em Londrina vem colhendo bons resultados. Segundo o coordenador, o médico Rui Cépil Diniz, o trabalho foi iniciado em 13 unidades de saúde do Município com a utilização de seis produtos e hoje atinge 22 postos com 35 fitoterápicos e mais seis tipos de chá: camomila, funcho, capim-limão, quebra-pedra, cavalinha e guaco.


As equipes dos postos envolvidos são treinadas e o tratamento é sempre feito por indicação médica. Os fitoterápicos prescritos são extratos manipulados em farmácia. No caso dos chás, as unidades dispõem das ervas recomendadas aos pacientes.

Segundo Diniz, o objetivo do trabalho é difundir o conhecimento sobre as plantas medicinais entre a população e indicar o seu uso. ''Há unidades em que conseguimos reduzir em mais de 50% o uso de psicotrópicos (calmantes) nos pacientes. Isso com a adoção de plantas como valeriana, passiflora, kava-kava, hipérico'', relata.


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