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Trancamento da matrícula

Pandemia pode tirar 484 mil alunos do ensino superior no país, projeta Semesp

Folhapress
25 mai 2020 às 16:12
- Pixabay
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Jeyzza foi dispensada do estágio. O pai de Vitória perdeu o emprego. Menos de um mês após a redução de renda em casa, as duas tiveram que deixar a faculdade por não conseguir pagar as mensalidades. Situações como as delas devem se tornar mais frequentes, com a estimativa de que 484 mil estudantes podem deixar o ensino superior neste ano.

Projeção feita pelo Semesp (Sindicato das Entidades Mantenedoras de Ensino Superior), com dados de abril e maio sobre cancelamento e trancamento de matrícula, aponta que o número de estudantes da rede privada no ensino superior deve ter queda de 7,6% neste ano com a pandemia do coronavírus.

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As faculdades particulares são responsáveis por 75% das 8,4 milhões de matrículas nessa etapa.

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Desde 2015 a rede privada não registra queda no número total de matrículas, mas o setor prevê aumento da evasão e diminuição de 80% no número de ingressantes no segundo semestre.

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O aumento da inadimplência também preocupa o setor, em abril o número de estudantes com mensalidades em atraso foi 72,4% maior que no mesmo mês de 2019.


"Fiquei sem estágio, minha mãe teve redução de salário e eu não consegui desconto na mensalidade. Não tinha o que fazer, não tem alternativa. Fico chateada porque significa adiar minha formatura em pelo menos um ano", contou Jeyzza Tito, 24, aluna de Ciências Biológicas na Unip de Santos.

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A jovem disse ter tentado negociar redução do valor da mensalidade de cerca de R$ 500, mas não conseguiu nenhum desconto.


"A única opção que me deram foi dividir as parcelas em seis vezes no cartão. Ia empurrar a dívida pra frente e ter cobrança em cima de cobrança a cada mês. Não fez sentido para mim", disse.

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Vitória Pires, 21, também pediu desconto depois que seu pai foi demitido do restaurante onde trabalhava. Aluna de Jornalismo na Faculdade Cásper Líbero, ela disse que a direção comunicou ter um desconto máximo de 25% do valor da mensalidade de R$ 2.500.


"Não fui contemplada com essa redução e, mesmo que tivesse sido, não seria o suficiente para que continuasse estudando".

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No segundo ano do curso, Vitória disse achar que não volta para a faculdade para o qual estudou por dois anos para ser aprovada depois de terminar o ensino médio.


"Estou muito chateada, muito decepcionada por ter chegado nesse ponto. Quando tiver condições de pagar de novo, penso que o melhor seria em outra instituição".

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Rodrigo Capelato, diretor do Semesp, disse que a projeção é de aumento de 10% nas taxa de evasão -nos últimos anos, em torno de 3 a cada 10 alunos desistem do curso. Para ele, a saída deve ser maior entre aqueles que tinham entrado na faculdade neste ano.


"Esse estudante teve no máximo duas semanas de aula quando a pandemia começou. Ele não criou vínculo, não vai fazer sacrifícios para continuar pagando".

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Para ele, apesar do esforço das instituições para continuar com as aulas a distância, o formato emergencial pode também não agradar os estudantes, o que favorece ainda mais a desistência.


"Os alunos podem estar insatisfeitos, mas não foi uma opção da faculdade adotar esse modelo. Ele é o único possível".


Inadimplência Capelato disse que a orientação às faculdades é para a concessão de descontos, adoção de linhas de crédito dentro das próprias instituições e até a suspensão de cobrança em alguns casos.


Estudo do sindicato indica que em abril a inadimplência atingiu 26,3% dos estudantes da rede privada –no mesmo mês do ano passado, essa taxa era de 15%.


Essa taxa de inadimplência representa que 1,6 milhão de estudantes estão com mensalidades atrasadas, sendo que 75,8% deles estão matriculados em cursos presenciais.

O setor pediu ao Ministério da Educação que amplie o número de vagas para o Fies (Financiamento Estudantil) e ProUni (Programa Universidade para Todos) neste ano para tentar conter o abandono de parte dos estudantes. Questionado, o MEC não respondeu se analisa aumentar o número de vagas nesses programas.


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