Uma pesquisa realizada pela PUC (Pontifícia Universidade Católica) Londrina concluiu a eficácia das campanhas de conscientização no combate ao câncer de próstata. O estudo mostra que passou de 17% para 83% o número de pacientes que realizaram o exame preventivo de 1994 para 2020.
O câncer de próstata é o mais comum entre os homens, atrás apenas do câncer de pele, segundo o INCA (Instituto Nacional de Câncer). Na maioria dos casos, acomete idosos - no mundo, cerca de 75% dos afetados são pessoas a partir de 65 anos. A doença evolui lentamente e pode demorar 15 anos para que o tumor cresça 1 centímetro. Como geralmente não demonstra sintomas iniciais, é importante sempre realizar o exame preventivo.
Conforme o levantamento da PUC, em 1994, 42% dos entrevistados não sabiam o que era a próstata. Hoje, cerca de 58% dos homens sabem responder à pergunta. Esses dados demostram que, conforme as campanhas de conscientização foram se multiplicando ao longo dos anos, o número de homens que realizaram o exame preventivo aumentou, o que possibilitou que muitos fossem curados do câncer.
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"Assim como praticamente toda a doença, quando é descoberto precocemente, o câncer de próstata tem um potencial de cura altíssimo. Já quando diagnosticado em formas tardias, já sintomáticas ou com metástases, o tratamento não é mais tão eficaz. Como é uma doença silenciosa, o rastreio da doença é imprescindível para o diagnóstico precoce e, com isso, para o maior sucesso do tratamento", esclarece Mariana de Castro Faidiga, estudante do 5º ano de medicina na PUC de Londrina que participou da pesquisa.
Segundo o professor de urologia da PUC, que também participou dos estudos, Ricardo Brandina, devido a campanhas como o "novembro azul”, o número de homens que buscam as consultas com o urologista com mais regularidade teve uma elevação nos últimos 20 anos. "Houve um aumento de 30% no nível de conhecimento dos homens que sabem que se procurado precocemente, a doença é curável”, afirma o urologista.
Os exames preventivos são o PSA (exame de sangue) e o toque retal. Cerca de 75% dos homens entrevistados para a pesquisa fazem o exame de sangue, enquanto 50% fazem o toque retal. O estudo aponta ainda que, apesar de somente a metade dos participantes realizam o exame de toque, 90% deles confirmaram que fariam.
"A gente está aprendendo que os homens estão perdendo o medo de fazer o toque retal, mas ainda talvez não estejam procurando o especialista correto”, conta o professor. Ele concluiu através desses dados que o exame de toque retal pode não estar mais sendo ofertado como forma de exame físico para o diagnóstico precoce do câncer de próstata.
Wanderley Pavan, 58 anos, é advogado em Londrina, e sempre fez os exames de rotina. Foi em um deles que descobriu a doença. "De certa forma você fica abalado, mas eu tive o apoio da família”, relembra. De acordo com Pavan, é importante se cuidar e não deixar para ir ao médico apenas quando estiver doente.
É nesse momento que o trabalho de conscientização é essencial para propagar informações sobre a doença, permitindo que mais pessoa sejam curadas. "São válidas essas campanhas porque elas reforçam a importância do acompanhamento médico, dos exames preventivos”, expõe o advogado.
*Sob supervisão de Larissa Ayumi Sato.