O Grupo de Estudo de Evidências Científicas em Covid-19 da UEM (Universidade Estadual de Maringá) publicou recentemente um artigo sobre evidências da transmissão do coronavírus por meio das fezes e a sua possibilidade de contágio quando, ao fazer uso do banheiro, não realiza a correta higienização das mãos e toca boca, nariz ou olho.
Essa hipótese foi evidenciada a partir de estudo bibliográfico de dois artigos de cientistas chineses publicados há cerca de uma semana. No primeiro estudo foi avaliado a presença do material genético (RNA viral) do SARS-CoV-2 (nome científico do coronavírus) em amostras clínicas como secreção do nariz, garganta, saliva, traqueia e também fezes e urina. "Embora o RNA viral não possa ser detectado e cultivado após a terceira semana da doença, em alguns pacientes ele permanece detectável nas secreções respiratórias e nas amostras de fezes e urina por mais de 30 dias” explica Juliana Perles, docente do departamento de ciências morfológicas, uma das coordenadoras do Grupo de Estudo de Evidências Científicas em Covid-19.
Por outro lado, o segundo estudo mostrou um menor tempo de presença do coronavírus nas fezes, variando de 1 a 12 dias. Mas é importante destacar que 23,29% dos pacientes continuaram eliminando o vírus nas fezes mesmo depois de pararem de eliminar nas amostras respiratórias. "A continuidade do vírus nas fezes pode estar associado a presença do receptor ECA2, que representa uma forma de porta para que o vírus entre nas células do intestino”, destaca.
Leia mais:
Bonobos, os 'macacos hippies', podem ser menos mansos do que se pensava
Com Jonas Brothers no Brasil, veja 8 lições de inglês nas letras da banda
IBGE vai vender mapa com Brasil no centro do mundo após 'grande sucesso'
Greve de professores de federais começa com adesão de ao menos 21 instituições, diz sindicato
Juliana Perles ainda dá dicas de bons hábitos ao fazer uso de um banheiro público:
Usuário:
1) Se existirem áreas comuns no interior do banheiro, as pessoas devem manter a distância entre um usuário e outro de 2 metros;
2) Lavar as mãos adequadamente com sabão, antes e após o uso do banheiro;
3) Fechar a tampa do vaso sanitário e depois acionar a descarga;
4) Não tocar nas maçanetas das portas.
Obs.: se for tocar as maçanetas, que se seja de preferência com a mão não dominante ou com papel que possa ser jogado fora após o uso.
Estabelecimento:
1) Limpar constantemente o chão e os vasos sanitários com hipoclorito;
2) Realizar a desinfecção de pias e maçanetas com álcool 70º;
3) Deixar sempre disponível sabão e papel toalha descartável.