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Documentário mostra Brasil como mau exemplo no enfrentamento ao coronavírus

Mariana Versolato - Folhapress
28 abr 2020 às 09:46
- iStock
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Bastam 45 segundos para o Brasil aparecer no documentário "Explicando... o coronavírus", feito pela Netflix em parceria com a Vox Media e que estreou no domingo (26). Ao lado de presidentes que minimizaram a pandemia, como o americano Donald Trump e o iraniano Hassan Rohani, além do premiê britânico Boris Johnson (antes de ele próprio ficar doente), Jair Bolsonaro diz que o novo coronavírus é uma fantasia.

O país volta a figurar em uma cena de manifestação a favor de Bolsonaro em 15 de março, quando manifestantes de camisas verde e amarelo ignoraram o cancelamento oficial dos atos por causa da pandemia, que já tinha dado as caras aqui e castigava fortemente outros países.

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É para grupos como esses, que questionam o isolamento social, que a série parece querer pregar. Passo a passo o episódio vai desconstruindo o discurso dos líderes negacionistas com ciência, história e cenas chocantes em UTIs da Itália até chegar aos bons exemplos: Canadá, Coreia do Sul, Nova Zelândia.

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Para quem acompanha de perto o noticiário e a divulgação científica acerca do tema, porém, boa parte do episódio tem cara de déjà vu.

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A voz poderosa do ator J. K. Simmons explica, didaticamente e com ajuda de bons infográficos, que o novo vírus pertence à família dos coronavírus, foi batizado de Sars-CoV-2, causa uma doença chamada Covid-19, teria saltado de bichos para humanos em um mercado de animais vivos na China e é menos letal que o ebola e menos infeccioso que o sarampo.


O filme também bate em teclas já repetidas à exaustão, mas importantes: quais são os sintomas mais comuns da infecção e quem tem maior risco de ter complicações (homens, idosos, doentes crônicos). Fala ainda da já consagrada expressão "achatar a curva", sobre a necessidade de espalhar os casos ao longo do tempo para evitar picos de doentes e sobrecarregar os hospitais.

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Contra a expectativa de medicamentos milagrosos, o documentário lembra que antivirais são difíceis de serem desenvolvidos e que a melhor forma de derrotar um vírus é tornando-se imune a ele. O problema é que 1) apostar na chamada imunidade de rebanho, como tentou fazer o Reino Unido, pode custar milhões de vidas, 2) uma vacina segura e eficaz pode levar uns anos e 3) os outros coronavírus não dão imunidade vitalícia e é provável que o novo se comporte assim também, como apontaram casos de reinfecção na Ásia –para a tristeza de quem já foi infectado e promove festas apostando numa suposta proteção.


Até a sonhada vacina chegar, será preciso se defender com a arma "old school" da quarentena, que surgiu na época da Peste Negra medieval e foi usada com sucesso por algumas cidades americanas durante a gripe espanhola, em 1918.

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Acertadamente, o documentário se vangloria de trechos de entrevistas premonitórias com Bill Gates de "Pandemia", também da Netflix e lançado em 2019, e critica a China pela demora em agir e por ter tentado esconder a gravidade do surto.


Também revela que a própria OMS (Organização Mundial da Saúde) disse, em setembro do ano passado, que o mundo não estava preparado para uma pandemia e afirma que ela não surgiu do nada: ações humanas como desmatamento, convívio com animais isolados e o confinamento de bichos prepararam o solo para o que vivemos e podem causar novos pesadelos.

Mas, para tentar terminar num tom otimista, lembra que até agora nenhum vírus nos derrotou –o que é óbvio. Para vencer essa batalha, porém, será preciso apostar mais em ciência do que em achismos e desinfetante.


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