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Conflito interno

Disputa política no Corinthians tem bate-boca em cantina de SP

Folhapress
09 mar 2020 às 10:32
- Reprodução/Instagram
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Com o Corinthians eliminado da Libertadores e acumulando dívidas milionárias, o ex-presidente do clube, Mário Gobbi, foi ouvido recentemente aos berros dentro de uma cantina no bairro Bela Vista, em São Paulo.

Gritava que com ele o time ganhou seus títulos mais importantes e que o atual mandatário, Andrés Sanchez, antigo aliado, apenas aparecia nas fotos. Contrariado com o interesse do conselheiro Herói Vicente, presente na mesa, de também ser presidente, Gobbi o provocou: "Então vai lá, Herói. Vai lá e se candidata para você ver o que é a pressão da imprensa e da torcida".

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Irritado, Vicente se levantou para ir embora. Queixou-se de estar cansado de ser menosprezado. Minutos depois, ambos se abraçaram. "Herói, você é um irmão, te mando passagens bíblicas", disse Gobbi. "Eclesiastes diz que há um tempo para cada coisa. Você é muito novo, Herói, poderá ser um grande presidente, sim. Mas precisamos de alguém que enfrente eles [membros da situação]".

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A discussão no restaurante evidencia a colcha de retalhos que se tornou a política do Corinthians a oito meses da eleição que vai definir o sucessor de Andrés. Pessoas do clube que normalmente não se cumprimentariam já se sentam à mesma mesa e discutem possíveis alianças.

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Depois, Gobbi e Herói passaram a concordar sobre a possibilidade de Paulo Garcia, conselheiro vitalício e um dos donos da Kalunga, fortalecer-se com o apoio de Andrés.


"O Andrés me ligou antes e quis saber se vou ser candidato mesmo. Ele fala que só uma pessoa ganha, o cara que ele apoiar. Temos que ter gente nos bastidores", disse Gobbi.

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Um dos cinco integrantes da mesa sugeriu incluir na chapa de oposição Antonio Roque Citadini. Vice-presidente do clube na era Alberto Dualib e opositor de Andrés, ele não quis conceder entrevista.


Gobbi foi presidente de fevereiro de 2012 a fevereiro de 2015. No seu primeiro ano de mandato, o time foi campeão da Libertadores e do Mundial com equipe e comissão técnica montados, basicamente, pelo seu antecessor, Andrés Sanchez, de quem se afastou após deixar o cargo.

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"O Mário Gobbi foi o presidente que ganhou os dois títulos mais importantes e inaugurou a arena", disse Andrés à reportagem. "Não estou em nenhuma foto do Mundial."


O atual presidente também afirmou que ligou para Gobbi, mas que não vai se intrometer na política. "Meu ciclo acabou, para a alegria de alguns e a de vocês [imprensa]. Eu liguei e só perguntei se era verdade que ele era candidato."

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Outra opção de candidato para a situação seria o diretor de futebol, Duílio Monteiro Alves, uma das pessoas mais próximas de Andrés.
Gobbi tem sido levado em 2020 a diferentes almoços e instigado a se candidatar à presidência do clube pelo ex-diretor das categorias de base Fernando Alba, integrante do grupo político que teve Felipe Ezabella como candidato na eleição de 2018.


Ezabella poderia voltar a pleitear o cargo, mas planeja se mudar para o exterior. "Estamos analisando as opções. A possibilidade de o Gobbi ser candidato deixou todos animados, é a chance de tentar unir a oposição", declarou.

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A busca pelo consenso se dá porque uma eleição fragmentada favoreceria a situação, já que não há segundo turno nas eleições do clube.


Gobbi se apresenta como postulante ideal, mas até agora ninguém aceitou abrir mão do seu próprio nome para ajudar o conjunto, algo que Romeu Tuma Júnior, outro candidato presidencial de 2018, defende que aconteça.

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"Temos que priorizar os valores corintianos acima de outros interesses, resgatando a credibilidade para solucionarmos os graves problemas financeiros", disse.


Existe uma ala que deseja um candidato novo, fora dos nomes que costumam aparecer no clube. A expressão mais usada é "sem vícios". Nesse cenário, apareceu o nome de Herói Vicente, que se tornou conhecido no conselho deliberativo pela ferrenha oposição aos presidentes eleitos pela chapa Renovação e Transparência, que comanda o Corinthians desde 2007.


Vicente, da frente Liberdade Corinthiana, pretende aguardar o resultado da votação da prestação de contas do clube, em abril deste ano.
"Rejeitaremos por desajuste com orçamento e o endividamento. Caso outros grupos políticos também sigam essa orientação, poderemos cogitar uma coligação", afirmou.


O movimento Renovação e Transparência surgiu para tirar Alberto Dualib (1993-2007) do poder e vence as eleições no clube há 13 anos, desde que Andrés, antigo braço direito do próprio Dualib, assumiu o cargo e mudou o estatuto corintiano, proibindo reeleições e abrindo a votação para todos os sócios.

Depois dele, assumiram Gobbi e Roberto de Andrade (2015-2018), antes de Andrés voltar ao poder, se dizendo contrariado a voltar.
O único nome certo no pleito, por enquanto, é o do conselheiro Augusto Melo. Conhecido como "tio" dentro do clube, ele se lançou como postulante à presidência em evento realizado neste mês.


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