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Para clubes, Turner força rescisão para não pagar multa de R$ 1 bi

Folhapress
15 abr 2020 às 11:50
- Reprodução
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Clubes que tiveram contato com a Turner nas últimas semanas acreditam que a empresa tem forçado a rescisão contratual da transmissão dos jogos em TV fechada. Entre os 20 times da Série A do Campeonato Brasileiro de 2020, a empresa tem acordos com Athletico-PR, Bahia, Ceará, Coritiba, Fortaleza, Internacional, Palmeiras e Santos.

Em conversa com a reportagem, dirigentes dessas equipes disseram que a emissora reclamou sobre violações de cláusulas que permitiram à Globo tomar medidas que prejudicaram a audiência da Turner, que exibiu os jogos de 2019 em seus canais TNT e Space.

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Os clubes enxergam na movimentação da Turner o desejo de forçar um acordo para romper os contratos sem ter de pagar multa que, somados os oito times, passaria de R$ 1 bilhão. Também reclamam que a empresa escolheu o pior momento possível para tratar do assunto. Por causa da pandemia de coronavírus e a paralisação do futebol, os times ficaram sem receitas de bilheteria, televisionamento e estão obrigados a renegociar salários de atletas.

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A emissora afirma que as agremiações não deveriam permitir que os pacotes de jogos do Brasileiro fossem vendidos de forma direta ao consumidor, como fez o Grupo Globo em 2019. Teria de ser apenas pelas operadoras. Também toleraram que a empresa sediada no Rio de Janeiro fizesse mais de 12 transmissões para a mesma cidade em que aconteceram as partidas.

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A multa por exceder este número é de R$ 1 milhão por jogo para o clube. Para as agremiações, se trata de uma interpretação errada do acordo por parte da Turner.


O coronavírus faz com que sequer exista uma definição a respeito do início Brasileiro. Mas a Turner acredita que as cláusulas não cumpridas pelos
clubes comprometeram o seu serviço que é, basicamente em TV por assinatura. A Globo tem também canal aberto, pay-per-view e vende pacotes pela internet.

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Para o período de 2019 a 2024, a Turner aceitou pagar R$ 520 milhões por ano de maneira proporcional aos 20 clubes da Série A. Na teoria, o valor cheio seria distribuído se a emissora tivesse as 20 equipes. Como tem oito, seriam R$ 208 milhões em 2020. Metade (R$ 104 milhões) seria distribuído de maneira igualitária, 25% de acordo com a classificação final (R$ 52 milhões) e outros 25% pelo número de partidas transmitidas.


Mas há times que afirmam não ser bem assim.

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O Fortaleza assinou o contrato em 2016, quando estava na Série C, e os valores foram diferenciados. A equipe acionou o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) no ano passado para apurar se a Turner feriu a lei de defesa da concorrência ao pagar valores diferenciados para equipes diferentes no mesmo torneio. O Fortaleza alega ter recebido pela transmissão dos seus jogos apenas R$ 9 milhões.


O desejo de renegociar o contrato faz parte de um realinhamento internacional da Turner causado, em parte, pela queda no número de assinantes nos serviços de TV a cabo. Fenômeno que já iniciou discussões no Grupo Globo a respeito do futuro dos canais SporTV. Uma das conversas preliminares é torná-los disponíveis apenas na internet se a operação na TV por assinatura se tornar inviável.

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A Turner também é dona, no Brasil, dos direitos de transmissão da Champions League.


Para os clubes, a insistência da emissora no assunto é uma tentativa de se livrar da multa por rompimento unilateral e chegar a um acordo para que fique "elas por elas". A empresa não paga nada às agremiações pelo fim do acordo nem recebe nada delas.


A Turner não confirma o desejo de romper o contrato, mas afirma ter enviado duas notificações aos clubes sobre a exibição dos jogos da Série A do Brasileiro, sem dizer à reportagem do que se tratava.

"Essa carta reitera o que já foi colocado aos clubes em novembro de 2019, sobre o que não tivemos quase nenhuma resposta, e pede que venham conversar com a Turner para solucionar questões pendentes. Há certas obrigações que a Turner deseja reforçar incluindo compromissos assumidos pelos clubes que são essenciais para que a Turner crie um modelo de negócios sustentável. A Turner propõe uma nova conversa, ao mesmo tempo em que não descuidará das ações necessárias à defesa de seus direitos. A Turner sempre privilegiou o diálogo e acredita numa solução conjunta", diz o texto enviado pela assessoria da empresa.


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