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'Sem emoção'

Torcedores contestam volta do futebol sem torcida na Alemanha

Folhapress
15 mai 2020 às 11:00
- Reprodução / Instagram
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Não são apenas os torcedores que farão falta ao Colônia neste domingo (17), quando a equipe entrar em campo para enfrentar o Mainz 05, em casa, no retorno do Campeonato Alemão. Eles também sentirão a ausência de Hennes IX, o bode que é a mascote do time.

Será a primeira vez em 12 anos que o animal não estará presente no estádio para uma partida. Em 2008 seu antecessor, Hennes VIII, teve de ficar afastado por estar doente.

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A regulamentação sanitária para a volta da Bundesliga é omissa no que se refere à presença de animais, mas restringe a entrada no estádio a poucos jogadores, jornalistas credenciados, médicos e integrantes das comissões técnicas. Não há espaço para o bode e seu cuidador.

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O não comparecimento de Hennes IX, integrante de uma dinastia de bodes que são parte do Colônia desde a década de 1950, não é polêmica em si. A controvérsia está no retorno do futebol do país, a partir deste sábado (16), com portões fechados.

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"Se não há torcida, o futebol não é nada. Passa a ser apenas um negócio. Esse retorno é apenas por causa do dinheiro da televisão, nada mais. A emoção do jogo está na presença do público e na conexão que ele tem com sua equipe. Se você tira isso, perde o sentido", afirma Markus Sotirianos, um dos dirigentes da "Unsere Kurve", organização que reúne torcedores de diferentes times alemães das quatro divisões principais.


A Alemanha será o primeiro campeonato nacional europeu a reiniciar desde a paralisação causada pela eclosão da pandemia de Covid-19, em março. A iniciativa será observada pelas outras ligas do continente, ansiosas por também recomeçar. Inglaterra, Espanha e Itália querem seguir pelo mesmo caminho. Portugal marcou a primeira rodada desde a paralisação para 4 de junho.

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Uma das explicações da Bundesliga (apoiada pelo governo do país) é que o futebol terá a capacidade de oferecer entretenimento em um momento difícil, além de elevar o moral da população.
Não é uma explicação aceita por todos. Para organizações de torcedores, pode não passar de uma desculpa.


"Associações e clubes que geram milhões em receitas vão desaparecer por causa de uma parada de algumas semanas? Isso nos parece absurdo. É um ponto que estamos ressaltando há algum tempo. A preocupação no futebol é apenas em maximizar o lucro para poucos. A cada dia, se afasta dos torcedores mais e mais. O torcedor só é bom se serve ao seu clube, mas os interesses dele são sempre ignorados", afirma Stephen Schell, do ProFan, outra entidade que reúne sócios de diferentes agremiações.

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A estimativa é que, se a temporada fosse cancelada, a liga teria de pagar multa de 400 milhões de euros (R$ 2,5 bilhões) para as emissoras de TV.


Acostumada com os estádios cheios, a primeira divisão alemã tem a melhor média de público do futebol europeu, com 42.738 pessoas por jogo. Dos 18 times da elite, só o Hertha Berlim tem ocupação do estádio inferior a 75%.
Apenas no chamado Yellow Wall (muro amarelo), setor atrás de um dos gols do Signal Iduna Park em que os torcedores do Borussia Dortmund ficam em pé, a capacidade é de 25 mil pessoas. Neste sábado, quando a equipe fizer o clássico da rodada contra o Schalke 04, ele estará vazio.

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"É uma decisão comercial, não esportiva. Por pensar apenas no dinheiro, os clubes podem causar desinteresse em milhares de torcedores que não têm vontade de ver um jogo em que a atmosfera e o entusiasmo não vão existir", completa Sotirianos.
Da parte do governo, existe a preocupação com a possibilidade de os torcedores se reunirem para ver as partidas pela televisão. Os dirigentes da liga pediram para os fãs não fazerem isso e respeitarem as regras de distanciamento social iniciadas desde o surgimento do coronavírus.


Clubes como o RB Leipzig e o Hoffenheim ameaçaram paralisar as partidas se receberem informações de que o público está se reunindo nas cercanias dos seus estádios.


As autoridades tiveram também de responder a críticas sobre a possibilidade de jogadores serem contaminados pelo vírus e quanto ao uso de ambulâncias e médicos durante os jogos em um momento do país em que os serviços de saúde estão sobrecarregados.

"Não podemos continuar assim, e isso é mais óbvio hoje do que nunca. Essa ditadura do dinheiro, a dependência de investidores privados e, associado a isso, a distorção na competição passam longe de todas as coisas positivas que os torcedores querem do futebol", diz comunicado divulgado pelo ProFans.


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