Pesquisar

Canais

Serviços

Publicidade
Cuidado!

Ambientes fechados podem aumentar contágio da Covid-19

Larissa Teixeira - Folhapress
07 jul 2020 às 08:47
- Reprodução/Pixabay
siga o Bonde no Google News!
Publicidade
Publicidade

As baixas temperaturas e o tempo seco, comuns no inverno, fazem com que as pessoas frequentem locais com pouca ventilação e fiquem aglomeradas. Esses hábitos facilitam a disseminação de vírus, como o novo coronavírus.

Luiz Gustavo Góes, pesquisador do Instituto de Ciências Biomédicas da USP (Universidade de São Paulo) e da plataforma Científica Pasteur-USP, explica que vírus respiratórios, em geral, tendem a circular mais em períodos frios. Isso pode estar relacionado a fatores como incidência solar, temperatura e umidade, mas ainda não se sabe o funcionamento exato ou a "condição ideal" para que o vírus se prolifere. "A sazonalidade é um fator importante, mas não é delimitadora para surtos ou epidemias em si", diz Góes.

Cadastre-se em nossa newsletter

Publicidade
Publicidade


Apesar dessa tendência, isso não significa que lugares quentes estejam protegidos. O pesquisador exemplifica com o que aconteceu na cidade de Manaus (AM), onde houve um grande surto de Covid-19 mesmo com o clima quente e úmido.

Leia mais:

Imagem de destaque
20 atendimentos por dia

Clínica de Fisioterapia busca pacientes com lesões neurológicas e gestantes para atendimento gratuito em Londrina

Imagem de destaque
Visibilidade e direitos

Paraná promove mutirão para emissão da Carteirinha do Autista

Imagem de destaque
Na próxima quarta

'Por que o intestino é considerado o segundo cérebro?' é tema de live da Associação Médica de Londrina

Imagem de destaque
Saiba como tratar

Incontinência urinária é mais comum em mulheres


Por outro lado, "existe uma chance de aumentar [o contágio] devido o comportamento da população", complementa Leonardo Weissmann, consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia e médico do Instituto de Infectologia Emílio Ribas. Ele explica que em períodos mais frios, as pessoas costumam ficar em ambientes pouco ventilados e aglomerações, o que facilita a proliferação.

Publicidade


Michelle Zicker, infectologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, afirma que o tempo seco também afeta o organismo das pessoas. Neste período, as mucosas respiratórias ficam mais sensíveis e a secreção mais espessa. Isso propicia que vírus, bactérias e partículas de poluição fiquem mais tempo em contato com o corpo, aumentando as chances de contaminação.


Quando as mucosas estão umedecidas, o organismo consegue eliminar os agentes externos com mais facilidade. Para isso, vale lavar o nariz com soro fisiológico e umidificar o ambiente com uma toalha molhada no quarto, por exemplo. "Isso contribui para reduzir sintomas que podem ocorrer apenas pelo tempo seco", acrescenta Zicker.

Publicidade


Os infectologistas explicam que o novo coronavírus causa sintomas semelhantes a outras infecções respiratórias como dor no corpo, febre e tosse. Weissmann e Zicker ressaltam que caso a febre passe de 24 horas, haja mal-estar ou desconfortos respiratórios, como falta de ar e cansaço extremo a esforços que eram habituais, é importante procurar atendimento médico.


Prevenção no inverno continua a mesma As formas de prevenção contra o novo coronavírus nesta época do ano não são diferentes das orientações anteriores. A infectologista Michelle Zicker, da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, reforça que este não é o momento para relaxar nos cuidados.

Publicidade


O pesquisador Luiz Gustavo Góes, do Instituto de Ciências Biomédicas da USP, o infectologista Leonardo Weissmann, do Emílio Ribas, e Zicker recomendam evitar aglomerações, respeitar o distanciamento social, utilizar máscara, higienizar as mãos com frequência, evitar tocar o rosto, seguir a etiqueta respiratória (cobrir nariz e boca com braço dobrado ou lenço descartável ao tossir e espirrar), manter os ambientes ventilados e, se possível, carregar álcool em gel na bolsa. Além disso, é importante manter a hidratação e alimentação correta.


Apesar de não haver uma vacina contra o novo coronavírus, os infectologistas destacam que é muito importante se proteger de outros vírus que também são frequentes nesta época do ano, como o influenza, que é o causador da gripe. Na cidade de São Paulo, a campanha de vacinação foi prorrogada até o dia 24 de julho.

Publicidade


Além disso, Goés recomenda que todos que tiveram algum sintoma, como febre ou dor de cabeça, evitem sair ao máximo. Ele explica que apesar de assintomáticos e pré-sintomáticos poderem transmitir a Covid-19, quando as pessoas que apresentam sintomas não estão na rua, as taxas de transmissão da doença diminuem.


O clima e o vírus Vírus respiratórios, em geral, tendem a circular mais em períodos frios Isso pode estar relacionado à umidade, à incidência solar e à temperatura Há diversos estudos que visam entender as sazonalidades de diferentes vírus.

Publicidade


No entanto, acredita-se que isso está diretamente relacionado com o comportamento da população nesta época e não com uma influência do clima sobre o vírus Isso não significa que lugares quentes estejam protegidos.


Apesar do clima quente e temperatura elevada, a cidade de Manaus, teve um grande surto de coronavírus, por exemplo.

Publicidade


Como a transmissão ocorre? O novo coronavírus é transmitido pela secreção respiratória Ou seja, gotículas de saliva que saem quando alguém fala, espirra ou tosse gotículas maiores tendem a ser puxadas pela gravidade e depositadas em superfícies, como o chão ou uma mesa.


Apesar de ficarem pouco tempo suspensas e atingirem pequenas distâncias, elas também podem contaminar pelo ar. Em climas quentes, esta partícula seca e o vírus perdem a infectividade. Ao mesmo tempo, se a umidade é elevada, ele se liga a partículas de água e é depositado em algum local.


Já quando o clima está seco, o vírus consegue permanecer mais tempo no ar. Lembre: fatores como umidade, temperatura e incidência solar variam muito. Não há respostas definitivas sobre a "condição ideal" para o vírus se proliferar. O novo coronavírus é recente e há diversos estudos sendo feitos.


No inverno


Nesta época do ano, as pessoas tendem a ter comportamentos que favorecem a disseminação de vírus, como: ficar em ambientes fechados e pouco ventilados; se aglomerar, etc. Estes fatores facilitam a transmissão de vírus. Ou seja: o vírus pode propagar por causa do comportamento das pessoas


Como o tempo seco afeta o organismo


O inverno do sudeste é caracterizado pelo frio e tempo mais seco. A tendência é que haja mais poluição do ar. Neste clima, as mucosas respiratórias ficam mais sensíveis e a secreção tende a ficar mais espessa, afetando o mecanismo de defesa do corpo Pois assim, as partículas de poluição, vírus e bactérias tendem a ficar mais tempo em contato com o corpo.


Quando a mucosa está umedecida, é mais fácil eliminá-las Umidificar as mucosas nasais, com soro fisiológico por exemplo, reduz sintomas que podem ocorrer apenas por causa do tempo seco. Este cenário favorece a incidência de outras doenças respiratórias como bronquite e asma.


Como se prevenir?


Fique informado sobre os riscos e evite aglomerações. Caso precise sair, procure horários que tenham menos pessoas. Siga o distanciamento social e, sempre que sair de casa, use máscaras e higienize as mãos. Evite tocar o rosto e cumpra a etiqueta respiratória.


Ao tossir ou espirrar, cubra nariz e boca com braço dobrado ou lenço descartável. Procure manter os ambientes mais ventilados possíveis. Tome muito líquido e tenha uma alimentação saudável.


Lave o nariz com soro fisiológico. Procure umidificar os ambientes, colocando uma toalha molhada no quarto, por exemplo.


Vacina


Apesar da vacina contra a gripe não prevenir contra a Covid-19, é importante se proteger de outras doenças também. Lembre que há outros vírus circulando. Preste atenção: os sintomas das doenças que afetam o sistema respiratório podem ser semelhantes, como: tosse, febre, coriza, dor no corpo e de cabeça.


Caso tenha algum deles, evite sair de casa. No entanto, caso haja desconfortos como cansaço excessivo para atividades que fazia habitualmente e febre prolongada por mais de 24h, pode ser necessário procurar o atendimento de saúde.

Fontes: Leonardo Weissmann, consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia e médico do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, Luiz Gustavo Góes, pesquisador do Instituto de Ciências Biomédicas da USP, especializado em coronavírus, e Michelle Zicker, infectologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo


Publicidade

Últimas notícias

Publicidade