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Coronavírus: infectologista alerta para prevenção e protocolos de atendimento

Agência UEL
05 fev 2020 às 11:00
- iStock
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Embora o Paraná não tenha constatado nenhum caso de coronavírus, a Secretaria Estadual de Saúde definiu esta semana o COE (Centro de Operações de Emergência em Saúde) que deverá atender 24 horas por dia e monitorar possíveis suspeitas da doença. O Centro reúne 16 áreas da Secretaria da Saúde do Paraná e tem a função de organizar as ações e as informações sobre a situação de possíveis casos e notificações, com base em critérios definidos pelo Ministério da Saúde.

Em Londrina o HU (Hospital Universitário) da UEL (Universidade Estadual de Londrina) está pronto para realizar os atendimentos especializados, a exemplo do que ocorreu em períodos delicados semelhantes, quando foram registradas epidemias como a Influenza e a SARS.

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Naquelas ocasiões os Hospitais Universitários foram definidos como unidades de referência em tratamento, atuando de acordo com um protocolo que estabelecia um fluxo de atendimento específico. De acordo com o infectologista Marcos Tanita, coordenador da CCIH (Comissão de Controle de Infecção Hospitalar) do HU, as experiências anteriores previam atendimento inicial em área de isolamento no Pronto Socorro. Constatada necessidade de internamento, o paciente seguia ou para o setor de Infectologia ou para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI), dependendo da gravidade.

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Se a doença já se tornou uma epidemia na China, por outro lado a Organização Mundial de Saúde (OMS) se apressou em determinar alerta internacional. De acordo com o infectologista, a intenção é que os países se preparem e busquem evitar o alastramento do vírus, evitando uma pandemia. O médico orienta que o período de carnaval pode colaborar para a expansão do Coronavírus devido à concentração de pessoas em um mesmo espaço e que o Brasil tem outras demandas urgentes, como a dengue, talvez mais preocupante que a epidemia que tanto assusta o mundo atualmente. A seguir a entrevista com o infectologista Marcos Tanita.

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Agência UEL - O Paraná e Londrina correm risco de uma infecção pelo coronavírus?


Marcos Tanita - Corre sim, como qualquer outra cidade, país ou lugar do mundo pode ser afetado. A transmissão não é circunscrita, com limites bem definidos. Viaja de avião.

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Agência UEL - Como se dá a transmissão do coronavírus?


Marcos Tanita - Isso ainda não é bem conhecido, no entanto, a hipótese mais forte é de que seja pela via aérea. Por meio de uma pessoa infectada quando tosse ou espirra. Pode também ocorrer por contato. As gotículas se espalham pelo ambiente, a pessoa vai tocar e posteriormente levar a mão à boca ao nariz quando acaba se contaminando.

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Agência UEL - No caso de uma suspeita em Londrina, qual seria o protocolo a ser seguido pelo HU/UEL, considerado unidade de referência em saúde?


Marcos Tanita - Não recebemos nenhum comunicado oficial por parte da Secretaria Estadual de Saúde, de que seríamos nomeados para tal função. Mas para as epidemias anteriores os Hospitais Universitários foram definidos como unidades de referência em tratamento. Nós já trabalhamos em cima de um protocolo de fluxo de atendimento com a Gripe Influenza, por exemplo. Os pacientes são atendidos em local pré-estabelecido, dentro de uma área de isolamento no Pronto Socorro. Se houver necessidade de internamento, ele segue ou para o setor de Infectologia ou para a UTI (Unidade de Terapia Intensiva), dependendo da gravidade.

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Agência UEL - Tivemos anteriormente as gripes Influenza e Aviária, que causaram grande temor e apreensão junto à sociedade. Se fôssemos considerar em escala de gravidade, o coronavírus seria mais preocupante do que essas outras epidemias?


Marcos Tanita - Acho que não. A letalidade do coronavírus é bem inferior. A China enfrentou a SARS em 2002/2003 com letalidade em torno de 10%; tivemos também uma outra em 2012, no Oriente Médio, a Mers, com letalidade de até 36%, enquanto hoje com o coronavírus, a mortalidade gira em torno de 2% a 3%. Então, em termos de gravidade, de risco de óbito, esta atual doença se mostra mais branda.

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Agência UEL - Em números redondos, até porque esta estatística varia diariamente, o Brasil teria 40 notificações e cerca de 10 casos suspeitos, inclusive um no Paraná, descartado. Isso significa que a doença pode realmente chegar ao país? As informações dão conta que, por dia, 250 pessoas entram no país provenientes da China?


Marcos Tanita - Em todos os casos investigados apenas um pequeno percentual era realmente relativo a casos justificados e suspeitos, de pessoas provenientes da China ou que tiveram efetivamente contato com pessoas infectadas. Os casos suspeitos ainda são raros, estamos distantes. A OMS já lançou alerta de emergência internacional, precoce no curso da doença, mas justificado pela experiência já vivida com outros vírus anteriores. Quanto mais cedo as populações se prepararem, melhor a chance de controlar a epidemia.

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Agência UEL - Nos aproximamos do período de carnaval quando se espera grande aglomeração de pessoas. O que pode ser feito para evitar o contágio neste período?


Marcos Tanita - O ideal é mesmo evitar a aglomeração de pessoas, é a única maneira. Se não for possível, pelo menos fazer a higiene das mãos. Procurar não levar a mão à boca, nariz e não coçar os olhos. E manter uma distância de pelo menos um metro das pessoas.


Agência UEL - Carnaval e coronavírus não combinam?


Marcos Tanita - Definitivamente não combinam.


Agência UEL - Qual o tratamento da doença? Detalhe o grau de letalidade?


Marcos Tanita - É uma doença mais branda, com 2 a 3% de letalidade. Já o tratamento são as chamadas medidas de suporte. Hidratação e repouso, já que não existe tratamento específico para o coronavírus, diferente do Influenza que existe remédio contra o vírus. Existem estudos neste sentido, mas não há nada disponível comercialmente ainda.


Agência UEL - Os jornais trouxeram informações da possibilidade de desenvolvimento de uma vacina em questão de meses. Isto é possível?


Marcos Tanita - É possível porque os chineses foram muito rápidos no sequenciamento do DNA do coronavírus. Os primeiros casos surgiram em 29 de dezembro passado e no dia 4 de janeiro eles já tinham a sequência, então é viável criar uma vacina contra o material genético do vírus, o que pode acontecer em poucos meses.


Agência UEL - Emergência internacional e epidemia. Qual a diferença?


Marcos Tanita - A epidemia já acontece lá na China. O alerta internacional da OMS tem intenção de determinar que os países se preparem para uma pandemia, ou seja, quando atinge mais de um país. O alerta serve exatamente para tentar evitar uma pandemia.


Agência UEL - O brasileiro pode ficar tranquilo dada a distância da China:

Marcos Tanita - Realmente é muito distante. Acho que temos problemas aqui, no nosso quintal, muito graves como a dengue, e a frequência da doença no âmbito da 17ª Regional de Saúde. Esses são problemas mais urgentes que a sociedade precisa prestar atenção.


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