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Menos pacientes

Einstein desativa mais da metade dos leitos de Covid-19, que voltam a tratar demais doenças

João Gabriel - Folhapress
02 jul 2020 às 08:32
- Rovena Rosa/Agência Brasil
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Referência no tratamento do coronavírus entre os hospitais privados em São Paulo, o Albert Einstein começa, aos poucos, a se desmobilizar do combate à pandemia.

O hospital, que já chegou a ter mais de 200 leitos para Covid-19 dentre UTIs e clínicos, hoje tem 88, de um total de 650. O número de pacientes internados com o vírus também caiu, de mais de 110 em meados de abril, para em torno de 60 hoje.

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Segundo um boletim enviado aos médicos, o hospital começou a remanejar alas antes direcionadas a atender exclusivamente a pacientes com a Covid-19, para atender casos não relacionados à nova doença no final de junho.

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"Frente à redução da demanda de pacientes internados por suspeita ou confirmação de Covid-19 e como parte do movimento de retomada, desde o dia 24 de junho, a unidade de internação do 11º andar do bloco A, anteriormente destinada a esses casos, passou a alocar pacientes clínicos ou cirúrgicos sem o quadro da doença", diz o texto ao qual a reportagem teve acesso.

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Com a redução da demanda da Covid-19, as outras necessidades voltaram a surgir e atualmente 80% dos leitos totais do Einstein estão sendo usados, de acordo com Claudia Laselva, diretora de operações, enfermagem e experiência do paciente do hospital.


Segundo Laselva, o medo do coronavírus afastou muitos pacientes do atendimento médico, o que fez com que a taxa de ocupação total do hospital caísse abaixo de 50% em alguns momentos.

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"Basicamente, temos dois hospitais dentro de um só, um hospital Covid, com fluxo separado, com unidades separadas, e outro hospital 'não Covid'. Esses fluxos não se cruzam, têm elevadores exclusivos, corredores exclusivos, salas cirurgicas exclusivas, unidades exclusivas", disse Laselva à reportagem.


A diretora explicou que, por meio de um sistema de higienização com radiação ultravioleta, é possível transformar uma unidade inteira de tratamento ao coronavírus em atendimento comum, e vice-versa, em um dia. Por ser um vírus que se espalha pelo ar, os setores que tratam esses pacientes precisam ficar isolados dos demais.

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Laselva afirmou que não teme uma segunda onda do coronavírus, mesmo com o afrouxamento da quarentena, caso três medidas sejam respeitadas: o uso de máscara, a higienização com álcool em gel e o distanciamento social.


"A gente tem uma capacidade muito boa de adaptação das nossas unidades. Eu consigo brevemente transformar as unidades e continuo tendo todos os recursos que tinha antes: equipamentos de pressão negativa, respiradores em número suficiente, profissionais treinados para lidar com Covid. Então estamos preparados, se por um acaso voltar a aumentar a demanda", afirmou.

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Segundo um levantamento do HCor, o medo do coronavírus tem feito com que as pessoas adiem a procura por atendimento médico, mesmo aquelas com comorbidades e necessidade de acompanhamento, fazendo com que os pacientes cheguem aos hospitais em estado crítico.


Desde junho, os hospitais em São Paulo começaram a se adaptar para a retomada dos atendimentos eletivos. Os protocolos vão de triagem telefônica a veto a acessórios como colares e brincos.

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Nesta segunda-feira (29) também foi fechado o hospital de campanha do Pacaembu –que, embora fosse uma iniciativa da prefeitura de São Paulo, era gerido pelo Einstein. Isso aconteceu após a queda no número de pacientes internados no local.
Trabalhavam ali quase 600 profissionais. O hospital afirmou que vai doar os equipamentos à prefeitura.


O Einstein foi referência dentre os hospitais privados no tratamento ao coronavírus. Foi ele, por exemplo, que criou um novo teste diagnóstico com 100% de especificidade, ou seja, não apresenta casos de falso-positivos. A precisão é equivalente à do método convencional (RT-PCR).

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A promessa é de que seja possível a realização simultânea de até 1.536 amostras, um volume cerca de 16 vezes maior do que é possível processar hoje pelo método RT-PCR, tido como padrão-ouro.


A patente foi registrada no Sistema Internacional de Patentes dos Estados Unidos e, segundo o Einstein, é a primeira do mundo. O preço final do teste deve ser menor do que o do seu similar, hoje em torno de R$ 250.


Recentemente, o hospital também passou a recomendar que médicos não prescrevessem hidroxicloroquina e cloroquina para tratar pacientes com coronavírus.


O episódio chegou a causar um desentendimento com o Ministério da Saúde. Na segunda, o secretário-executivo, Elcio Franco, afirmou que o hospital havia voltado atrás em tal decisão.


Pouco depois, porém, o hospital negou a afirmação de Franco, número 2 da pasta comandada interinamente pelo general Eduardo Pazuello.

Segundo a nota do Einstein sobre o tema, "os estudos não mostraram diferenças em relação ao tratamento padrão; os benefícios do uso dos medicamentos não superaram seus riscos conhecidos e potenciais; um estudo controlado randomizado não demonstrou evidência de benefícios em relação à mortalidade, tempo de internação ou necessidade de ventilação mecânica".


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