A FDA (Administração de Alimentos e Remédios dos Estados Unidos), órgão federal de regulação, anunciou nesta segunda-feira (15) que revogou a autorização para o uso da cloroquina e da hidroxicloroquina no tratamento de pessoas que contraíram o novo coronavírus (Sars-CoV-2).
Segundo a nota oficial, assinada pela cientista-chefe Denise Hinton, "não é razoável acreditar que os fatores conhecidos e os potenciais benefícios desses produtos superem seus riscos conhecidos e potenciais" e que, por isso, "a FDA revoga o uso emergencial de hidroxicloroquina e cloroquina nos EUA para tratar Covid-19".
Para o FDA, após uma revisão dos casos de pacientes que usaram as duas drogas, ficou constatado que as dosagens acabaram não tendo um efeito antiviral e que pesquisas mostram que não há diferença na eficiência do uso da cloroquina contra o Sars-CoV-2.
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A cloroquina e a hidroxicloroquina começaram a ser testadas em 28 de março para pacientes graves da Covid-19 como forma de verificar a eficácia das drogas nos casos da pandemia. O tratamento já estava sendo utilizado, também em caráter experimental, em países da Europa e na China.
No entanto, uma série de pesquisas internacionais começou a apontar que as drogas não tinham efeitos positivos nos pacientes em diversos países. Um estudo publicado pela revista científica "The Lancet", que depois foi revogado, chegou a dizer que os dois medicamentos provocavam mais mortes e crises cardíacas graves.
A OMS (Organização Mundial da Saúde) chegou a paralisar os testes com a droga, mas retomou os estudos clínicos após alguns dias. Já Itália e França suspenderam o uso da droga fora de testes em hospitais.
A cloroquina e a hidroxicloroquina foram amplamente incentivas pelos presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, que chegou a dizer que tomou a droga como "prevenção, e do Brasil, Jair Bolsonaro. Essa parceria até rendeu uma doação de mais de dois milhões de doses de hidroxicloroquina dos EUA para o Brasil no início desse mês.