Com o isolamento social, muitas pessoas estão aproveitando o tempo para realizar um novo curso, ler aquele livro que estava na cabeceira da cama há meses e até para aprimorar os dons culinários, etc.
Já outras pessoas, no entanto, estão passando mais horas em frente à televisão, videogame, aplicativos de bate-papo e nas mídias sociais. Esse ponto levanta uma questão: os indivíduos estão sendo produtivos ou excessivamente dependentes da tecnologia?
Gabriela Azevedo, psicóloga e coordenadora da Academia de Talentos do IMT (Instituto Mauá de Tecnologia), reconhece que todas essas ferramentas de comunicação e entretenimento são essenciais para manter a cabeça ativa, mas com algumas ressalvas, sobretudo para os alunos que têm aulas de forma remota.
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"Em alguns caso, o uso excessivo de eletrônicos provoca alterações químicas no cérebro que podem causar a sensação de dependência, o que causa um ciclo vicioso, isto é, quanto mais se joga o game ou se usa o celular, mais aumenta a vontade de utilizá-los", comenta a especialista.
No caso dos jovens, os malefícios podem ser agravados. "As crianças e adolescentes ainda estão em processo de maturação cerebral e desenvolvendo a autorregulação de emoções e de impulsos. O consumo excessivo de aparelhos eletrônicos pode prejudicar esses processos, afetando a concentração e foco com as atividades escolares e acadêmicas", reforça.
Há alguns anos, o mundo mudou a forma de se relacionar: cartas, ligações e visitas presenciais foram substituídas por mensagens no WhatsApp, e-mails, postagem nas mídias sociais e até memes.
Contudo, a psicóloga reforça que o bate papo olho a olho e a convivência social sempre serão essenciais para o desenvolvimento cognitivo e de todos os sentidos humanos.
"O relacionamento interpessoal é uma importante e genuína forma de desenvolver habilidades cognitivas, diminuir a timidez e conhecer de perto os obstáculos que a vida em sociedade nos apresenta ao longo do tempo, tanto na vida pessoal quanto profissional. Na Mauá, oferecemos suporte personalizado para ajudar alunos que estão com dificuldades de se relacionar, mesmo dentro do campus, e "presos" no mundo virtual", completa.