Enquanto permanece em casa por causa da Covid-19, aproveite o tempo para reavaliar os remédios esquecidos nas gavetas.
Um estudo sobre a presença de remédios vencidos nos estoques caseiros foi publicado na revista Cadernos Saúde Coletiva por Máyra Rodrigues Fernandes e colaboradores da Universidade Federal de São João del-Rei, em Minas Gerais.
Os autores observaram alta prevalência de residências com remédios vencidos, principalmente os empregados eventualmente, como os analgésicos, antiespasmódicos, antimicrobianos e antieméticos (para controle de vômitos).
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O número de medicamentos vencidos por residência variou de zero a quinze. Eles dispensavam receita médica para serem adquiridos.
O protetor gástrico omeprazol se destacou no estoque de remédios por estar associado à também elevada presença dos anti-inflamatórios, com frequência relacionados a lesões no trato gastrointestinal.
Para os autores, o uso de medicamentos vencidos pode resultar em intoxicações e reações adversas, além da ausência de efetividade no tratamento.
Mas também deve ser considerado o crescente custo para o sistema de saúde. O Brasil está entre os dez maiores mercados farmacêuticos do mundo, já que o acesso gratuito aos remédios, através do SUS (Sistema Único de Saúde), é dever do Estado.
Máyra Fernandes conclui ressaltando a necessidade de serem implementadas ações educativas aos usuários de medicamentos através do SUS, visando reduzir o acúmulo de remédios em casa, minimizar desperdícios e garantir uso seguro da medicação.