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Emoção e matemática

15 set 2013 às 00:06
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Dias desses, tive a oportunidade de assistir a um show de calouros. Aqueles onde os candidatos vão tentar a sorte utilizando seus dons artísticos, sua voz e emoção.
Programa bem parecido com vários outros que existe mundo afora só que com os candidatos já passados por várias eliminatórias estando no ultimo estágio para conseguirem um contrato profissional.
O que estranhei é que a análise dos cantores era feito por um computador que mostrava numa grande tela se a voz dos artistas estava dentro da tonalidade ideal. Tecnicamente não entendo nada de música, por isso fiquei vendo toda aquela tecnologia reprovar ou passar os candidatos. Haviam um grupo de convidados apenas para emitir opiniões sobre a música e outras particularidades dos apresentados. Mas o que valia mesmo era saber se a máquina permitiria ou não, que o pessoal seguisse no programa em busca dos seus sonhos.
Eu, particularmente, dava muita atenção aos gestos corporais, aos olhares e a emoção transmitida durante a apresentação. Alguns cantores transmitiam tanta emoção enquanto cantavam que o público ficava com os olhos lacrimejantes, mas esses nem sempre eram aprovados porque o computador mostrava pequenos desvios no padrão da voz. O público não entendia como alguém que havia cantado tão bonito e os fizeram até chorar, não seguia em frente.
Aí, filosofando comigo mesmo, cheguei à conclusão de algumas coisas na vida não precisam de perfeição e muito menos ser analisados friamente por uma maquina que não lê o semblante, que não entende de emoção, que não enxerga o público. Uma maquina que não errar um cálculo matemático, mas que não tem a capacidade de sentir, de saber o que é calor.
Por isso, achei que muitos dos que foram reprovados pela "matemática" teriam enormes chances se fossem analisados por pessoas de carne e osso, que saíram de ventres e não de laboratórios.
Pode ser a velhice chegando, não sei, mas acho que algumas coisas nesse mundo tecnológico, cheio de teclados e informações nem sempre úteis, precisa mudar para que as pessoas possam continuar sorrindo, chorando, errando e vivendo. Precisamos da matemática, dos computadores, mas precisamos ainda mais de gente que possam olhar em nossos olhos e dizer que temos chances, que somos humanos e, portanto, capazes de mudar. Analisar talento e emoção é somente para nós. A matemática que fique na dele.

Emoção e gente

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