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A paixão pela ignorância

11 mar 2019 às 08:33
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Muito se tem falado sobre sobre educação sexual para crianças e adolescentes ultimamente. Infelizmente, um assunto tão importante como este é tratado com tanta paixão que fica deturpado. A paixão a que me refiro aqui é a paixão pela ignorância. Nos dicionários ignorância é definida como "estado de quem não está a par da existência ou ocorrência de algo, estado de falta de conhecimento" e o que mais vemos é o quanto este assunto - sexualidade para crianças e adolescentes - é envolto em uma névoa escura que traz inúmeros prejuízos a todos os envolvidos.

Aqueles que são contra uma educação sexual nas escolas e em livros justificam que ela é um incentivo à sexualidade, que se tira a inocência dos jovens levando-os à uma vida sexual promíscua. Ora essa, o objetivo de uma verdadeira e séria educação sexual é justamente levar informações para que os jovens se protejam do que vão encontrar no futuro em suas vidas. A sexualidade, queira ou não, é algo que faz parte da vida dos jovens e eles precisam ser preparados para vivê-la bem.

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Os jovens viverão a sexualidade, isto é certo, mas como queremos que eles vivam essa experiência? Com que qualidade? Enquanto a sexualidade for tratada como algo que se deve descartar ou como algo ruim vamos todos continuar caindo na infelicidade. Ninguém pode ser feliz quando se nega aquilo que é natural, aquilo que é da natureza. E a sexualidade é parte da nossa natureza.

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Freud, criador da psicanálise, nos ensinou que a sexualidade já começa muito cedo na nossa vida física e psíquica. Desde que somos bebês, para dizer a verdade. Claro que se trata de uma sexualidade embrionária e infantil, ainda com características muito peculiares, mas mesmo assim, sexualidade do mesmo jeito.

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Evitar falar sobre sexualidade não vai fazer com que os jovens se esqueçam dela. Eles a viverão e a experimentarão de qualquer maneira. E se houver informações que os ajudem a pensar e refletir sobre o que é viver uma vida sexual, mais eles estarão preparados para não caírem em armadilhas e não meterem os pés pelas mãos. Deixar de falar, não abrir espaço para conversar, não extirpa a sexualidade, apenas a deixa mais obscura, mais perigosa.


Quando negamos a importância de cuidar do meio ambiente, por exemplo, de se fazer com ele o que se bem entende sem nenhum cuidado o que vemos é o surgimento de tragédias, secas, enchentes, mudanças que trazem muito sofrimento. Não adianta negar o meio ambiente, ele existe, precisamos encara-lo, aprender a lidar com ele de forma eficiente para que possamos todos encontrar uma maneira equilibrada de viver. Com nossa sexualidade também funciona assim. Quanto mais se nega a sua existência, mais trágica ela se dará.

O atual governo quer tirar a educação sexual da pauta das escolas e de livros, quer retirar-se também do Acordo de Paris, que versa sobre a necessidade de se cuidar do meio ambiente com mais zelo. Será que a paixão pela ignorância vai ser o tom para o que vamos nos deparar? Para Buda a pior coisa que poderia haver era a paixão pela ignorância. Tristes tempos estes.


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